Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, se transformará em estamparia e funilaria de luxo. A planta foi inaugurado em 1999, por mais de US$ 800 milhões e muita renúncia fiscal do Governo de Minas. Capacidade para 80.000 unidades/ano. O projeto, portanto, abandona, em definitivo, a concepção original, de montadora automotiva. Começou automóveis.
Portanto, foi esse o contrato bem amarrado em renuncias fiscais pelo Estado de Minas. Porém, amargou históricos de baixas e repaginações, até virar montadora de caminhões. Mas, agora perderá os caminhões para a unidade de São Bernardo do Campo (SP). Contudo, 20 anos depois, nem automóveis nem caminhões.
Apesar de tudo, a partir do próximo ano, Mercedes-Benz manterá em solo mineiro só etapas básicas de soldagem e pintura das cabines dos caminhões. Ou seja, peladas em termos de itens de valor agregado. Portanto, se nada mudar, a fatia substantiva do valor do produto ficará com a planta paulista. E, por conseguinte, a maior fatia da receita fiscal, também, migrará de Minas para o Estado de São Paulo.
Isso ficou consolidado pouco antes da 22ª edição da Fenatran – Salão Internacional de Transporte Rodoviário de Cargas, de 14 a 18 deste mês. Portanto, Juiz de Fora continuará produzindo cabines, tanto para nova gama dos caminhões MP4 (Actros, Antos e Arocs) quanto dos modelos da família MP3. Pelo visto, Estado e Município não souberam negociar.
No histórico dos fracassos da Mercedes-Benz, em território mineiro, as cabines para caminhões entraram nos vazios deixados pelas linhas dos automóveis. Em, em 2012, portanto, a marca mudou o layout de montagem. Primeiro, para caminhões. Mas, sob argumentos de ociosidade de 60%, com média nacional nas montadoras de caminhões, em janeiro deste ano, a montadora da Alemanha exibiu nova pá de cal. Agora, os caminhões Actros irão para São Bernardo.
Portanto, ficará apenas a menor fatia: estampagem, soldagem e pintura das cabines. O valor agregado seguiu para São Bernardo: montagens dos chassis, motores, componentes e acabamentos internos e externos das cabines. A unidade paulista fará também os chassis dos ônibus.
As importações das vans Sprinters, montadas na Argentina, sairão do Porto do Rio. Com isso, o porto seco de Juiz de Fora perderá o desembaço fiscal. Serão transferidos para o Porto de Vitória (ES). Por consequência, a alfandegagem também sairá do município.
Em receita, o município de Juiz de Fora estima enormes perdas. Nos repasses (do Estado) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), haveria queda de 25%. Algo como R$ 3 milhões mensais.
No final de agosto, o CEO da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schiemer, foi mortal: a empresa precisa dar ocupação aos ativos da fábrica remodelada de São Bernardo do Campo. Foram investidos lá R$ 1,4 bilhão (programa de R$ 2,4 bilhões para 2018-2022) em tecnologias da Indústria 4.0.
Durante a Fenatran, a Mercedes-Benz, orgulhosamente, anunciou: “O Novo Actros é o caminhão mais inteligente, conectado e eficiente do país”. Ou seja, produto inteligente só sai de planta inteligente.
É isso, portanto, e não a ociosidade nacional média de 60%, que retira o Actros de Juiz de Fora. A produção das novas linhas de caminhões começará até junho de 2020.
Na unidade de Minas, eram ao redor de 1.100 funcionários. O CEO da montadora foi indagado, em agosto, sobre quantos serão necessários para a continuidade das atividades reduzidas. Nada falou. Resta, assim, a preocupação com o desemprego.
Muito importante, apesar de tudo, será o governador Romeu Zema não perder a referência de depoimento do Diretor de Comunicação da Merces-Benz, Luiz Carlos Moraes, dia 15 de abril, em audiência pública na Câmara Municipal de Juiz de Fora: “Nós precisamos de crescimento e só crescimento faz aumentar o número de empregos”… “A logística Rio de Janeiro – Minas Gerais não funciona. Vamos atacar os problemas. Não podem transferir para nós um problema que é de infraestrutura”.
A Merces-Benz é relevante, aqui e em outras partes do mundo. Cabe, portanto, levar a sério as palavras de seu diretor.
Alguns dos principais fatos marcantes:
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É uma vergonha que os políticos ,principalmente o da esquerda petista, que no governo Pilantrel não fizeram nada e ainda perderam para o sindicalistas de São Bernardo! Alemão é prático e ainda tem a incompetencia juizforrana tanto de quem vota como de quem administra
Essa planta nunca deu certo, a Mercedes nunca fez sua parte, sempre culpou a logística, foi um erro dos governos de Itamar querer essa planta em Juiz de Fora para beneficiar sua cidade. Desde a fabricação dos automóveis o grosso do imposto sempre ficou em São Paulo pois eram comercializados lá. Os governos de direita como Aécio/Anastasia e agora Zema também nada fizeram. então culpar a esquerda em relação a um problema que começou e termina na direita é não ter bom senso, sem contar o lobe que é feito em São Paulo. Por que a Mercedes acabou com a maior fábrica de ônibus da América Latina que era em Campinas?
Prezado. Boa tarde. Há um equivoco em sua ponderação. O ICMS, no caso, é devido ao estado produtor da mercadoria, não ao destinatário. O estado consumidor fica somente com a diferença de alíquota, se houver, quando da venda ao consumidor final, ou ao restante da cadeia produtiva. att.
Toda uma cadeia logística no polo automobilístico em Contagem/Betim e um asno leva esta fábrica pra JF. Começou errado e está indo pro brejo. Com Zema é que as coisas não vão melhorar meeeeesmo.
a culpa não é do zema...faz tempo que existe esta fabri
ca ....
Não disse q a culpa é do Zema e sim q na gestão dele nada se fará em prol da Mercedes ou qualquer outra fábrica pois ele é horrível.