O Banco Digital Next, criado em outubro de 2017 e braço digital (opera por aplicativos) do Bradesco, terá autonomia a partir de março de 2020. Ou seja, terá estrutura, gestão e balanço patrimonial independentes do Bradesco. As características principais do Next são a não cobrança de tarifas e “mimos” (descontos em serviços de terceiros e bonificações).
De acordo com o anuncio na quarta (13/11), do presidente do Grupo Bradesco, Octávio de Lazari, o Next, portanto, mesmas agilidades dos demais digitais do mercado. Outras medidas serão para acelerar o crescimento no numero de clientes, de 2 milhões (79% não correntista Bradesco), meta para este ano, para 3,3 milhões, em fins de 2020.
Na apresentação (11/11) do balanço do terceiro trimestre, o Bradesco informou que o conglomerado financeiro estava com 42 milhões de clientes, deste 1,4 milhão no Next. No final de 2018, eram 500 mil. O Next ganha 8 mil novos clientes/dia. O Grupo Bradesco estava com 16,8 milhões de correntistas digitais, em fins de setembro.
Os bancos digitais são mais ágeis. Entre vários fatores, não estarem submetidas às mesmas regras que o Banco Central exige com bancos tradicionais. Isso, portanto, reduzirá os custos operacionais e regulatórios. Não, por exemplo, a obrigação quanto à estrutura de capital nem envio de demonstrativos ao BC.
No momento, o Next está classificado no mais elevado dos cinco segmentos regulatórios – ao lado do Itaú, Brasil, Santander, Caixa e Bradesco. A mudança, acredita o presidente do Bradesco, dará também igualdade competitiva frente às chamadas fintechs (startups que atendem o mercado financeiro com uso de tecnologia).
Contudo, o grande salto pretendido pelo Bradesco, adiantou Octávio de Lazari, será a abertura de capital na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), em 2021. Isso, porém, estaria, no momento, condicionado à identificação de um player. Mas insistiu que o foco, hoje, é implementar o “desacoplamento” do Banco Next.
“Acreditamos que o movimento é positivo para o Bradesco, pelas seguintes razões: 1) deixa o Next mais ágil, fora da estrutura da cidade de Deus e da hierarquia do Bradesco; e 2) coloca o banco digital em pé de igualdade regulatória frente às fintechs”, afirmou Octávio de Lazari. O executivo fez o anúncio para O Banco Next durante um fórum, em São Paulo.
Nos nove meses, o Grupo Banco realizou 198 milhões interações em de “originação de crédito”, via plataforma Bradesco Inteligência Artificial (BIA). Por WhatsApp, as interações saíram de 200 mil, em mesmo período de 2018, para mais de 53,1 milhões, neste ano. Em número de clientes que se interagiram com a BIA, via WhatsApp, foram mais de 2,3 milhões.
As liberações de créditos pelos canais digitais saltaram, para as pessoas físicas, de R$ 8,7 bilhões, de janeiro a setembro de 2017, para R$ 12,3 bilhões (+40,7%), em mesmo período de 2018, e, R$ 19 bilhões (+54,8%), em 2019. Nas operações com empresas, foram R$ 12,4 bilhões, R$ 14,9 bilhões (+20,7%) e R$ 21,6 bilhões (+45,1%), respectivamente.
Para pessoas físicas, as liberações digitais do Grupo Bradesco, na carteira de crédito pessoal, cresceram 62%, e, no consignado, 37%, nas comparações dos períodos 2018/2019. Na carteira de descontos, para empresas, o salto foi de 39%, e, 54%, com antecipações a fornecedores. A BIA é apresentada como “banco líder no uso de IA”.
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