Economia

OCDE abre expedientes; Bolsonaro, em baixa, não festeja

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mandou, mês passado, boa notícia. Essa boa nova, em carta de 10/05, tratou da aceitação a instrumentos das relações financeiras: Códigos de Liberalização de Movimentação de Capital e Liberação de Operações Correntes Intangíveis.

Isso, por tabela, abre, então, portas ao pedido mais ambicioso: abertura do início de avaliação para ingresso como “membro efetivo na OCDE”, o chamado “clube dos países ricos”. E, nesta semana, em Brasília, a presença de comitiva da organização fez avançar alguns protocolos. Mas, vieram, claro, cobranças (veja adiante).

Entretanto, por conta dos descréditos na política e economia, além dos recentes crimes do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, na Amazônia, o Governo Bolsonaro não pode comemorar.

BC aponta proteção para o Brasil

Todavia, a adesão do Brasil aos Códigos não é de forma imediata. Além de uma resposta, do Banco Central, o endereçado da OCDE, o país precisa do crivo do Congresso Nacional. O BC detalha assim o significado dos códigos:

  • Movimentação de Capital – “…recomendações para regulamentação do fluxo financeiro internacional, incluindo pagamentos, transferências, empréstimos, investimentos, além de compra e venda de moeda estrangeira”; e,
  • Operações Correntes Intangíveis – “prestação de serviços de forma transfronteiriça – a exemplo de serviços de consultoria, de advocacia e de arquitetura”.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Em nota sobre o convite, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou que o Brasil não é, entretanto, obrigado a aderir 100% dos quesitos dos códigos. Observou que nenhum país adere integralmente. Entre os “benefícios” da adesão estaria o da proteção “contra discriminação por outro país membro”.

Roberto Campos Neto acredita, portanto, que, nas relações financeiras, o Brasil está bem na foto. “A adesão aos Códigos sinaliza que os país aplica as melhores práticas internacionais relativas aso fluxo de capitais e à prestação de serviços, já consagradas e compartilhadas pelos 38 membros da organização, com maioria de nações desenvolvidas”.

OCDE exige práticas que Brasil despreza

A diretoria do BC, no geral, recebeu a aprovação à adesão como avanço no pleito maior. Ou seja, o Brasil virar “membro pleno da OCDE”. Este pedido foi apresentado (2017) no Governo Michel Temer. Mas, só em janeiro, o Governo Bolsonaro recebeu a carta-convite para abertura das discussões.

A OCDE, porém, faz muitas exigências: “253 instrumentos”. Elas abrangem desde liberdades democráticas amplas, respeito às instituições, exclusão do trabalho em regime de escravidão, inexistência do trabalho infantil, ensino de qualidade, políticas de defesa ambiental, compromissos com desenvolvimento tecnológico, combates à corrupção e narcotráfico etc. É aí, portanto, que o bicho pega para o lado do Brasil. Veja AQUI aquela nota do BC.

Cobrança ambiental na cara

Nesta semana, então, o Itamaraty anunciou que o Brasil pretende entregar à OCDE o pedido inicial de adesão como membro pleno até o final do ano. Mas, de pronto, em Brasília mesmo, recebeu reprovação da organização na questão ambiental. Isso foi amplamente noticiado, durante a chamada “Semana Brasil-OCDE”, na capital federal, entre os dias 21 e 24. A divulgação, pelo Planalto, da agenda temática das reuniões tratou de omitir o item ambiental.

Análises relacionadas, em meios acadêmicos, deram um retrato das dificuldades do país em políticas ambientais perante a Organização naquela rodada. Estre estas a produzida pelo Observatório da Política Externa e Inserção Internacional do Brasil (OPEB) As barreiras também reconhecidas dentro do próprio Governo, mostrou a Folha SP.

Matérias Relacionadas:

Nairo Alméri

Posts Relacionados

Copasa: 3,7 milhões de mineiros não têm água tratada

Pode ser um bom negócio para quem vive disso, mas um estado, ainda que se…

1 hora atrás

B3 entra em elo do Master, apontado primeiro no ALÉM DO FATO

No saldo dos escândalos políticos e financeiros, novembro criou mais um calcanhar de aquiles para…

5 horas atrás

Saia justa na chapa aliada de Lula em Minas

Antes de encontrar o candidato, ou candidata, a governador(a) de Minas para fortalecer seu palanque…

4 dias atrás

Goldman Sachcs vira traço na Bradespar

A Goldman Sachs & Co. LLC  (Goldman Sachs Group) encolheu de modo significativo do capital…

4 dias atrás

Novembro ‘master’: corrupção, prisão de generais e COP30 pífia

O Governo Lula trata a política do país em patamares típicos de país susbesenvovido, tirando…

6 dias atrás

TCEMG investiga espionagem de estatal mineira por privatização

Em um despacho do conselheiro Agostinho Patrus, vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE),…

6 dias atrás

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!