Algumas considerações sobre a pesquisa de intenção de voto para prefeito de Belo Horizonte feita pelo Ibope, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, com 805 pessoas:
1 – Se as eleições fossem hoje, Alexandre Kalil (PSD), candidato à reeleição, venceria a disputa no primeiro turno, pois aparece com 58% das intenções de voto. Mas a eleição só vai ocorrer no dia 15 de novembro. Portanto, temos pela frente mais de 40 dias de campanha, tempo que o eleitor terá para conhecer melhor os candidatos, suas propostas e fazer sua escolha em definitivo. Até mesmo porque, na pesquisa espontânea, o número de indecisos é de 31%
2 – Mas não há como negar o favoritismo de Kalil. Na pesquisa espontânea, ele tem 43% das intenções de voto, resultado da avaliação que o eleitorado tem de seu governo. Conforme o Ibope, 65% dos entrevistados avaliam que seu governo é ótimo/bom. Os que avaliam como ruim/péssimo é bem menor: 13%.
3 – Qual candidato tem mais chances de ocupar a segunda posição na disputa e ser o antagonista do prefeito Kalil? É cedo para responder, com base nos dados do Ibope. Os deputados João Vitor Xavier (Cidadania), com 4% das intenções de voto, e Áurea Carolina (PSOL) e Bruno Engler (PRTB), ambos com 3%, têm maiores chances.
4 – A favor de João Vitor, o fato de ele ter conseguido fechar uma coligação que vai lhe garantir o maior tempo no horário de TV e rádio, bem como o maior número de inserções diárias – comerciais de 30 segundos ou 1 minuto exibidos ao longo do dia, a partir do dia 9 de outubro. Afora isso, uma boa estrutura de campanha e o apoio de um grupo pesado de empresários que querem ver o diabo, mas não querem ver Kalil. Se tudo isso vai se traduzir em votos, saberemos em breve.
5 – A deputada federal Áurea Carolina (PSOL) é hoje o nome de maior evidência entre lideranças de esquerda da capital. Ativista de lutas pela inclusão das mulheres, da juventude e da população negra, foi a candidata a vereadora de Belo Horizonte mais votada na eleição de 2016. Em 2018, foi eleita deputada federal com 162 mil votos, a quinta maior votação do Estado. A divisão das esquerdas, que tem outros candidatos, como Nilmário Miranda (PT) e Wadson Ribeiro (PCdoB), pode ser sua maior dificuldade.
6 – 0 fato de o deputado estadual Bruno Engler (PRTB) aparecer com 3% das intenções de voto na pesquisa Ibope, disputando a segunda colocação com João Vitor e Áurea, não deixa de ser surpreendente. Jovem, 23 anos, deputado de primeiro mandato, seu maior trunfo nessa eleição é sua ligação com o presidente Jair Bolsonaro e com seus filhos.
Dias atrás, postou numa rede social vídeo de Bolsonaro manifestando preferência por sua candidatura na capital mineira. Se a simpatia do presidente por sua candidatura se traduzir em votos, pode dar trabalho. Mas pesa contra ele exatamente o fato de ser muito novo, sem nenhuma experiência administrativa para enfrentar uma cidade tão complexa quanto Belo Horizonte.
7 – O candidato do PT, Nilmário Miranda, tem 2% das intenções de voto, mas tem potencial de crescimento, uma vez que o seu partido sempre teve boa votação na capital. Mas a maior dificuldade do petista, que já foi deputado estadual, federal, ministro dos Direitos Humanos, é que sua candidatura foi quase que uma imposição de Lula e da direção nacional e não empolgou a militância.
8 – Os nanicos, candidatos que aparecem com 1% ou menos das intenções de voto na pesquisa Ibope, têm poucas chances de sair do lugar. Isso porque a grande maioria é desconhecida, a campanha é curtíssima e não há tempo hábil para grandes mudanças no cenário. Exceção talvez para a candidata Luísa Barreto (PSDB): apesar de jovem, tem boa experiência como gestora pública, terá uma boa estrutura de campanha e mais ou menos 1 minuto no horário eleitoral gratuito. Mas pesa contra o fato de ser tucana, uma vez que a imagem do partido está bastante desgastada na capital.
9 – No total, estão na corrida pela prefeitura de Belo Horizonte 15 concorrentes. A soma dos citados acima, excluindo Kalil, mais Rodrigo Paiva (Novo), Cabo Xavier (PMB), Marília Domingues (PCO), Professor Wendel Mesquita (Solidariedade), Lafaytte Andrada (Republicanos), Fabiano Cazeca (PROS), Wanderson Rocha (PSTU) e Marcelo Souza e Silva (Patriota) dá 19%. Ou seja, os candidatos da oposição não fizeram o dever de casa, Kalil correu leve e solto durante quase 4 anos e, por enquanto, não apareceu nenhum adversário capaz de ameaçar o seu favoritismo.
Significa que Kalil já ganhou? Evidente que não. A decisão caberá ao eleitor, que dará o seu veredito em 15 de novembro, quando saberemos se haverá necessidade de um segundo turno.
A pesquisa do Ibope foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número MG-08595/2020.
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Muito difícil ele não se eleger, está muito a frente dos demais, a forma como enfrentou a pandemia pautado na ciência deve ter agradado parte do eleitorado.
O gado vai votar em quem o Bolsonaro mandar. Então isso já garante de 15 a 30% pro Bruno Engler à medida em que se torna conhecido. E boa parte deve migrar do próprio Kalil que, apesar de ser de esquerda, gosta de esbravejar e falar grosso, o que leva o gado à loucura. Mas no final, o que conta mesmo é palavra do messias.
Antes isto que ter PT ou PSOL na PBH. Aí sim seria um fracasso total.
Foi com esse pensamento que elegeram um governo que fez o arroz chegar a mais de 20 reais, dólar 6 reais, carne cara, privilégios pros militares,real sendo a moeda mais fraca do mundo, blz tirar o PT, mas não precisava ser pra ter isso.
Não me recordo de ter mencionado PT ou PSOL no meu comentário. Mas tudo bem, analfabetismo funcional é um problema nacional. 80% da população não consegue interpretar corretamente o que lê. Vc não seria diferente.
O falastrão do Kalil cumpriu as promessas de campanha, disse o tempo todo que nao faria nada... qualquer coisa seria melhor que esse Kalil, menos PT e PSDB que já comprovaram q sao bandidos e só querem o poder para melhor roubar.