Eleições

Zema de olho em Bolsonaro como principal cabo eleitoral em 2022

De olho na reeleição em 2022, mas praticamente sem nenhuma grande conquista a oferecer ao eleitorado como chefe do Executivo mineiro, o governador Romeu Zema (Novo) não deixa dúvidas de que aposta em Jair Bolsonaro como seu principal cabo eleitoral. Funcionou bem na eleição passada. Se vai funcionar na próxima, são outros 500.

Jair Bolsonaro faz um governo desastroso. Demonstrou total incompetência para comandar o país num dos momentos mais graves da sua história, que é a pandemia do novo coronavírus. Basta lembrar que o Brasil já está quase batendo a marca de 260 mil mortes pela Covid-19, o segundo país do mundo em número de vitimas fatais pela doença.

Apesar de o país ter iniciado a vacinação contra a peste, o programa não anda porque o governo Bolsonaro não se preocupou em garantir a compra de imunizantes, o único remédio capaz de acelerar a retirada do país do atoleiro em que se encontra.

Apesar de inúmeras críticas e de bater o pé de que não compraria a vacina chinesa Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, o presidente deu com os burros n´água. A chinesa é hoje a principal vacina do programa nacional de imunização e já salvou a vida de milhões de brasileiros.

Sem críticas ao presidente

Ainda assim, o governador mineiro Romeu Zema tem evitado qualquer tipo de critica ao presidente. Ao contrário, até elogia quando pode. Como dizer, por exemplo, que ele [Bolsonaro] é “bem intencionado”.

Como de bem intencionados o inferno está cheio, a crise nos hospitais se agrava, já faltam leitos de UTI para atender os pacientes mais graves e Minas, que Zema chegou a dizer que era Estado modelo no controle da pandemia, está “exportando” pacientes para outros estados.

Zema foi o único chefe de Executivo do Sudeste que não assinou a carta de governadores divulgada ontem. No documento, os governadores criticavam o presidente por ele ter divulgado em suas redes sociais valores de repasses feitos pela União aos Estados, como se se tratasse de recursos para o enfrentamento da pandemia.

A assessoria do governo se explicou: “O governador Romeu Zema acredita que o momento é de união em torno de soluções no combate à pandemia…”, acrescentando que “embates políticos devem ficar em segundo plano”.

Segundo Bolsonaro, o governo federal repassou para Minas R$ 81,4 bilhões de valores diretos e indiretos e R$ 26,96 bilhões somente de auxílio emergencial. Como o Executivo estadual não contestou os números (e nem confirmou), seria bom que o governador mostrasse aos mineiros onde foi aplicada essa fortuna.

Um dia após ter se recusado a assinar o documento, Zema conseguiu um encontro em Brasília com o presidente. Oxalá consiga voltar com algum recurso para ajudar Minas a sair da pindaíba em que se encontra. Mas, por enquanto, a boa vontade que Zema exibe em relação ao presidente não rendeu ao Estado muitos dividendos.

Falta dinheiro

Mas é preciso reconhecer que Bolsonaro é resiliente e tem ainda um eleitorado cativo que gira em torno de 25% a 30%, segundo institutos de pesquisa. Embora a eleição, tanto presidencial como para os governos estaduais, só vá ocorrer no final do próximo ano, há boas chances de que Bolsonaro, sendo candidato, esteja no segundo turno.

Mas os candidatos aos governos que tiverem o apoio de Bolsonaro, como pode ser o caso de Zema, estarão? Difícil saber. O que se sabe é que o presidente, na última eleição municipal, não foi um bom cabo eleitoral. Seus candidatos, na grande maioria do país, foram derrotados. Se será assim na próxima eleição também não dá para saber.

Mas o que também se sabe é que Bolsonaro é político tradicional, com uma experiência de mais de 30 anos na função, e Zema é neófito em política. Se sua principal aposta para 2022, como está parecendo ser, for o apoio presidencial para a sua reeleição, trata-se de uma estratégia de alto risco.

Por enquanto, Romeu Zema está em débito com os mineiros e não tem discurso nem realizações para tentar convencer o eleitorado a deixá-lo por mais quatro anos à frente do Executivo mineiro. Como tem ainda dois anos pela frente, o cenário pode mudar, embora essa seja uma tarefa hercúlea. E por uma razão muito simples: falta dinheiro.

O julgamento, em última instância, será feito pelos mineiros quando depositarem seus votos nas urnas em outubro de 2022. Mas apostar em Bolsonaro como principal âncora pode não ser suficiente.

Ricardo Campos

Ver Comentários

  • Zema não tem conquistas a oferecer ? Diminuição do déficit é o que ? Acordo com a Vale é o que ?

    • Reportagem típica desse pasquinzinho de merda, que vive lacrando todos que são a favor do PR! Não passa de um quintal dos fundos da foia e da rede gloebels! Cada vez mais decadente! Zema pegou estado arrasado por um petralha(que foi péssimo terrorista por sinal), está conseguindo colocar a casa em ordem, mas o estado de minas sempre dando ênfase a canalhas, mandeta e cia! Afinal, quem é ricardo campos na fila do pão para falar alguma coisa?????

  • Os eleitores acostumados com a ladroagem, a corrupção não estão gostando nada do zema, mais a mula do prefeito de BH fala um monte de merda do presidente e a cidade não tem moral nenhuma com a união, isso é burrice, governar brigando com o presidente da república é assumir o atestado de burrice, zema está certo, mais não vai agradar os que gostam de ladrao.

    • O prefeito de BH é o único que trabalha. O que o falastrão do lambe botas do Bolsonaro fez? Como diz o Marco Antonio Villa: Zema é um dos piores governadores de MG, ele envergonha o Estado.

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