Política

Anvisa segue ciência, derrota negacionistas e Dória marca ponto contra Bolsonaro

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez o que era esperado: seguiu a ciência e aprovou o uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford contra a Covid-19. Derrota para os negacionistas, presidente Jair Bolsonaro entre eles, que têm feito campanha sistemática contra a vacinação, em especial contra a desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, a Coronavac.

É uma ótima notícia, mas a incompetência do governo impediu que o país garantisse uma quantidade razoável de imunizantes para começar logo a vacinação, a única alternativa para livrar o país da desgraça do coronavírus, que já matou mais de 209 mil pessoas.

Bolsonaro disse alto e bom som que o governo não compraria a vacina chinesa, desautorizou o seu ministro da saúde, que havia anunciado a compra, e, mais recentemente, chegou a desdenhar da eficácia de 50,4% da Coronavac. Mas teve que enfiar a viola no saco, engolir seco e aceitar: a vacina chinesa é a única disponível no Brasil.

Lamentável que a vacina, um problema de saúde pública num dos países mais afetados pela pandemia, tenha se transformado em guerra política, à frente o presidente Jair Bolsonaro e o governador paulista João Dória, que controla o Butantan, o instituto que vai produzir a vacina no Brasil.

No horizonte de ambos, a disputa presidencial de 2022. Mas enquanto Bolsonaro foi contra o isolamento social, o uso de máscara, um crítico feroz do fechamento do comércio para evitar o contágio, estimulou as aglomerações e criticou as vacinas, especialmente a chinesa, Dória decidiu apostar na ciência.

O paulista soube aproveitar a oportunidade e deixou tudo preparado para mostrar ao Brasil o início da vacinação no seu Estado. Dez minutos após a aprovação pela Anvisa da Coronavac e da vacina de Oxford, Dória não perdeu tempo: é dele a foto ao lado da primeira brasileira a ser vacinada em solo pátrio contra a Covid-19, a enfermeira Mônica Calazans.

Na guerra entre o governador e o presidente em torno da vacina, ponto para João Dória.

Ricardo Campos

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