A CPI da Covid-19, que iniciou seus trabalhos ontem (27-04) no Senado, deixou evidente que o presidente da República, Jair Bolsonaro, terá enormes dores de cabeça nos próximos 90 dias. Este é o prazo inicial que a Comissão Parlamentar de Inquérito terá para apurar os responsáveis pela tragédia humanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus no país, que já ceifou a vida de quase 400 mil brasileiros. E, infelizmente, com a ajuda decisiva de importantes agentes públicos.
Renan Calheiros (MDB-AL), que o Planalto tentou de todas formas evitar que fosse escolhido o relator da CPI, já mostrou os dentes no primeiro dia dos trabalhos. “Podemos preservar vidas e temos a obrigação de fazer justiça, de apontar, com responsabilidade, equilíbrio e provas, os culpados por esta hecatombe“, disse Calheiros ao assumir a relatoria.
Embora tenha prometido fazer um trabalho técnico e imparcial, o alagoano deixa claro quem será o principal alvo. “Quem fez e faz o certo não pode ser equiparado a quem errou. O erro não é atenuante; é a própria tradução da morte. O país tem direito de saber quem contribuiu para milhares de mortes, e eles devem ser punidos imediatamente e emblematicamente”, afirmou ainda o relator.
Dito de outra forma, Jair Bolsonaro que coloque suas barbas de molho porque vem chumbo grosso por ai. Negacionista de quatro costados, incentivador do tratamento precoce contra a Covid-19, que não existe, defensor de medicamentos sabidamente ineficazes contra a doença, como a cloroquina, contrário ao uso de máscaras, do isolamento social e do fechamento do comércio, crítico das vacinas, o presidente, tudo indica, será responsabilizado pelo morticínio.
O espaço que o Jornal Nacional, telejornal de maior audiência do país, deu ao início dos trabalhos da CPI, é outro indício das dores de cabeça que terá o presidente: foram quase 14 minutos para tratar do assunto, com grande destaque para as falas do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e do relator Renan Calheiros. Um espaço tão grande para um só assunto em horário nobre é algo raríssimo.
Outra dor de cabeça para o presidente, além da CPI, é o ex-presidente Lula. Com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) tomadas semana passada, Lula está agora livre, leve e solto para percorrer o país, intensificando as críticas a Bolsonaro, particularmente o caminho desastroso escolhido por ele no enfrentamento da pandemia.
Vale lembrar que Lula não foi inocentado pelo STF. Mas ao decidir que a 13º Federal de Curitiba não tinha competência para julgar o ex-presidente e enviar os processos para Brasília, Lula recuperou seus direitos políticos, uma vez que as condenações anteriores deixaram de existir. O que significa que ele pode, se quiser, ser candidato a qualquer cargo eletivo, inclusive à Presidência da República em 2022.
E como o ex-juiz Sérgio Moro (que condenou Lula e assumiu pouco tempo depois um ministério no governo Bolsonaro), foi considerado suspeito pelo Supremo, tudo o que foi feito pela República de Curitiba em relação ao ex-presidente terá que ir para a lata do lixo e os processos voltam para a estaca zero.
Com CPI da Covid-19 no seu cangote e com Lula livre exibindo grande vigor para o combate, o presidente estará acuado. E não será surpresa se, nesse período, voltar a ameaçar chamar o Exército, como costuma fazer em momentos de grande pressão.
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