Política

Bolsonaro corre risco de ser denunciado em corte internacional por conduta sobre Covid

O presidente Jair Bolsonaro corre o risco de ser denunciado em cortes internacionais por sua conduta diante da pandemia do coronavírus. Esse alerta teria sido feito ao presidente pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como informa a jornalista Bela Megale, colunista do jornal O Globo.

Gilmar é o ministro que, no último final de semana, fez duras críticas ao fato de o Ministério da Saúde ter sido praticamente ocupado por militares, sem qualificação técnica para enfrentar a pandemia do coronavírus. “Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. (…) É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso”, disse Gilmar.

A condução dada pelo presidente Jair Bolsonaro à pandemia do coronavírus é, de fato, desastrosa – para ser condescendente. O presidente brasileiro é um dos poucos líderes mundiais que compõe o bloco dos negacionistas, que minimizam a gravidade da Covid-19, desprezam a ciência e não têm uma política clara, séria e efetiva para tentar vencer o inimigo invisível.

O resultado da postura presidencial, no caso do Brasil, é um saldo de mais de 73 mil mortes, o que coloca o país na vergonhosa posição de segunda nação do mundo com o maior número de óbitos provocado pela Covid, atrás apenas dos Estados Unidos – onde os mortos se aproximam de 140 mil.

Em meio à crise, o presidente trocou dois ministros da Saúde e desde 15 de maio a pasta é gerenciada por um interino, Eduardo Pazuello, um general da ativa que, segundo consta, entende de logística. Para auxiliá-lo, levou mais de 20 militares para postos estratégicos, mas que não entendem nada de saúde pública.

O resultado é o que Gilmar Mendes classifica como “genocídio”, o que pode levar o presidente brasileiro, na opinião do ministro, às barras de tribunais internacionais.

Os companheiros de Bolsonaro

A postura de Bolsonaro na pandemia do coronavírus se assemelha a de pouquíssimos líderes mundiais. Um deles é o ditador do Turquemenistão, Gurbanguly Berdymukhamedov, que comanda com mão de ferro esse país da Ásia Central desde 2007.

Lá, ele proibiu as palavras coronavírus e Covid-19 e os alertas sobre a gravidade da doença feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) são classificados como histeria.

O autocrata nicaraguense Daniel Ortega é outro que integra o bloco dos negacionistas. Para ele, a pandemia da Covid é um exagero e diz que está protegido por Deus. No país não tem isolamento social, ele estimula aglomerações, como fez Bolsonaro por diversas vezes, e as fronteiras da Nicarágua continuam totalmente abertas.

Aleksandr Grigórevich Lukashenko, que é presidente de Belarus (antiga Bielo-Rússia), leste europeu, desde 1994, é outro que fechou os olhos para a gravidade do coronavírus. Suas receitas para se curar da Covid-19: “bebam vodka” e “deem um passeio de trator”. “Esse veículo cura todo mundo”, diz o ditador, que é considerado um dos campeões mundiais na violação dos direitos humanos.

É gente desse naipe que integra o bloco dos negacionistas, do qual faz parte o brasileiro Jair Bolsonaro.

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Ricardo Campos

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