Cássio Soares (relator) e Papá (Affemg), fotos ALMG e AFFEMG
O relator da reforma da previdência na Assembleia Legislativa, Cássio Soares (PSD), adiantou que irá excluir a cobrança extraordinária proposta pelo governador Romeu Zema (Novo). “Não daremos esse cheque em branco ao governo para aumentar as alíquotas da contribuição previdenciária”, disse o deputado, durante live realizada nesta semana.
Cássio Soares é o responsável pelo texto final (substitutivo) da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2020, que será votado em plenário. Como relator, atua como espécie de porta-voz do colégio de líderes da Assembleia na comissão especial que analisa e ajusta a proposta oficial. Antes dele, a Comissão de Constituição e Justiça da casa, que havia aprovado a constitucionalidade da proposta oficial, fez indicativo nesse sentido.
De acordo com Cássio Soares, a tendência é a Assembleia aprovar a possibilidade de autorizar o governo a adotar a medida por meio de projeto de lei. Ou seja, na ocorrência de déficit do sistema, o governador enviaria projeto solicitando a cobrança extra com as respectivas justificativas.
Sua proposta atende parcialmente aos sindicatos e associações de servidores que reivindicam que a cobrança extra seja definitivamente retirada da reforma da previdência. “Frustrou nossas expectativas. Não queremos isso, mas ele disse que vai manter a previsão obrigando o executivo mandar uma lei. O governo manda e eles aprovam. Apenas estão mantendo a prerrogativa do Legislativo”, queixou-se a presidente da Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais (Affemg), Maria Aparecida Neto Lacerda e Meloni (Papá).
O presidente da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), promotor Enéias Xavier, concordou e avaliou que o ideal seria não haver a previsão. “O texto original diz que pode instituir por ato administrativo. A Comissão de Constituição e Justiça a condicionou a projeto de lei. Esperamos que o relator melhore o texto final”, defendeu Xavier, sugerindo a extinção do texto final.
Ainda na live, Cássio Soares adiantou que irá reduzir o aumento de sete para cinco anos da idade mínima de aposentadoria para as mulheres, ou seja, de 62 para 60 anos. Hoje é de 55 anos. Sobre as regras de transição, afirmou que irá reduzir o percentual de pedágio proposto pelo governador Romeu de Zema. No texto original, o governo quer de 100%. A tendência é de a Assembleia reduzir à metade, 50%. Ou seja, se o servidor estiver a cinco anos de se aposentar, com a nova regra, ele terá que trabalhar mais dois anos e meio. Pela proposta de Zema, seria mais cinco anos.
O presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), desembargador Alberto Diniz Junior, lembrou as várias vezes em que houve reformas nas regras de aposentadoria e pensão, salientando que muitos servidores já foram atingidos e vão acumular mais perdas. Alberto Diniz ressaltou não ser contrário à ideia de uma revisão na previdência, mas ela não pode ser feita como está proposta. “É justo isso? É justo um cidadão que buscou um concurso público, na meritocracia, e de repente se encontra abandonado pelo Estado?”, contestou ele.
Na questão das alíquotas da contribuição previdenciária, o relator reafirmou que irá abrandar também. O governo propõe alíquotas de 13% a 19%, com duas faixas intermediárias. O relator deverá ajustar para 11% a 16%.
LEIA MAIS: “Vamos fracionar ainda mais as alíquotas da previdência”, diz presidente da Assembleia
Uma semana após aparecer um comprador interessado, a Copasa sai do campo da federalização e…
Até o dia 12 de setembro, a sede do Crea-MG terá um posto temporário de…
O Banco Master é um vespeiro. E representa riscos que extrapolam ambiente dos negócios do…
O Brasil se acostumou com os bonecos gigantes do Carnaval de Olinda (PE), que homenageiam…
No próximo dia 15 de setembro, ficará definido quem manda no PSD para as eleições…
Este 29 de agosto marca os 200 anos da assinatura do Tratado do Rio de…