Política

CPI acusa Partido Novo de baixar o vale-tudo para vender a Cemig

O partido do governador Romeu Zema, o Novo teria instalado uma espécie de vale-tudo na gestão da Cemig para diminuir o tamanho e a importância da empresa no mercado. O objetivo era unicamente tornar a estatal “privatizável”.

Essa foi a conclusão feita por membros da CPI da Cemig, da Assembleia Legislativa, após depoimento, nesta terça (26), de Luis Fernando Paroli Santos, ex-presidente da Light. Ele dirigiu a empresa entre 2017 e maio de 2019. A estatal mineira foi, por 13 anos, a maior acionista da Light, a principal empresa de energia que atua no Estado do Rio de Janeiro.

De acordo com esse vale-tudo, foram indicados conselheiros da empresa que votaram contra os interesses da Cemig e, assim, viabilizar a venda de ativos importantes por valor irrisório. E mais, em condições até suspeitas.

Venda por apenas R$ 1

Segundo o relato feito pelo executivo aos deputados da CPI, essa suposta estratégia de desinvestimento e descrédito da Cemig, disfarçada de enxugamento em nome de maior eficiência e foco no mercado mineiro, começou já em janeiro de 2019, no primeiro mês do governo Zema, quando começaram a ser estudadas internamente formas de se desfazer, literalmente a qualquer preço, de ativos importantes da Cemig.

Uma apresentação que circulou na Cemig, por exemplo, em janeiro de 2019 foi exibida durante a reunião da CPI. Nela, constavam sete alternativas detalhadas para o equacionamento financeiro da Renova. Essa empresa de energia renovável era controlada pela Cemig por meio da Light e com grande potencial na geração eólica.

As opções variavam, isoladamente ou combinadas, entre a venda de instalações e de ações, realavancagem com financiamento externo, oferta pública de ações e até mesmo a recuperação judicial, com os prejuízos para a imagem da companhia que essa última opção representava. A recuperação judicial inclusive veio a acontecer, após a empresa ter sido alvo de uma investigação de evasão fiscal.

“O curioso é que, nas reuniões internas da Cemig, a oitava opção, a pior delas e aquela que foi a escolhida, a venda da Renova por apenas R$ 1, não aparece nesta apresentação”, acusou o vice-presidente da CPI da Cemig, deputado Professor Cleiton (PSB).

Investigação vai até 2022

Entre os requerimentos aprovados ao final da reunião, está o de prorrogação dos trabalhos da CPI da Cemig por mais 60 dias. A investigação vai chegar até fevereiro de 2022, último ano da gestão de Zema e quando ele tentará a reeleição. O pedido foi assinado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT) e pelos deputados Sávio Souza Cruz, Professor Cleiton e Hely Tarqüínio (PV).

LEIA MAIS: Cemig impõe lei da mordaça e manobras para travar investigação, acusa CPI

Orion Teixeira

Posts Relacionados

Sabesp mantém meta dos R$ 260 bi

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) segue com plano de metas da…

13 horas atrás

Alinhamento de Lula tirou contrato da Embraer

A política do Governo Lula, marcada por instabilidade fiscal (destaque para novela do IOF e…

1 dia atrás

Veja quais partidos têm chances de eleger o próximo presidente

Quatro partidos ou agremiações partidárias irão eleger o próximo presidente da República e o maior…

3 dias atrás

Apagão desliga a Fazenda e pede a cabeça de secretário de Zema

Auditores fiscais do Estado de Minas Gerais retomaram a mobilização nessa terça-feira (24), em mais…

3 dias atrás

Americanas zera débitos na PGFN com ganho de R$ 500 mi

O Conselho de Administração da Americanas S.A. (Grupo Americanas) aprovou a negociação com a  Procuradoria-Geral…

4 dias atrás

Palocci (PT-SP) fez a Caixa de Abin paralela

Os relatórios da Abin paralela e outros da Polícia Federal (DPF) e as divulgações autorizadas…

1 semana atrás

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!