Política

Deputada Alê Silva usufrui de “privilégios e mordomias” que criticava como candidata

A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) gastou em outubro, com serviços postais, exatos R$ 1.425,84. Não há nenhuma irregularidade no gasto, pois os parlamentares têm uma cota para esse tipo de serviço. Acontece que Alê, ainda candidata a deputada, registrou no dia 13 de agosto de 2018, no cartório de Notas de Ipatinga, uma escritura pública em que afirmava que renunciaria, se eleita, ao que ela classificava como “privilégios e mordomias”, como serviços postais. No documento ela ainda afirma: “não cumprido o compromisso acima, fica todo e qualquer cidadão autorizado a requerer a cassação do meu mandato.”

Na escritura publica, o tabelião registra que a declarante disse, “em caráter irrevogável”, e com a finalidade de tornar público, que, caso eleita, “renunciará a todos os privilégios e mordomias incompatíveis com a manutenção do cargo e com a realidade socieconômica do país, tais como: auxílio-moradia, plano de saúde, previdência social especial, utilização de apartamento funcional, serviços postais, segurança privada, veículo oficial, bem como trabalhar com no máximo dez assessores”.

Escritura Pública registrada pela então candidata Alê Silva no dia 13 de outubro de 2018 em cartório de Ipatinga

O Além do Fato entrou em contato ontem com o gabinete da deputada para que ela ou sua assessoria pudesse falar sobre o gasto, bem como responder a outros questionamentos. Quanto a parlamentar gastou, em nove meses de mandato, com serviços postais? Ela recebe auxílio moradia ou usa apartamento funcional, bem como veículo oficial, segurança privada? Abriu mão do plano de saúde oferecido pela Câmara? Quantos assessores trabalham no seu gabinete?

O telefone do gabinete da parlamentar registrado no site da Câmara não atendeu as ligações. Os questionamentos foram enviados também por e-mail, mas ainda sem resposta. O site da Câmara dos Deputados registra, porém, que a deputada Alê Silva gastou, de fevereiro a outubro de 2019, exatos R$ 254.770,43 com as atividades de seu gabinete (gráfico abaixo), o que dá uma média mensal de R$ 28.300.

A deputada, muito provavelmente, não está entre os parlamentares que mais gastam, mas o valor não é nada desprezível para quem, como candidata, demonstrava grande preocupação com a realidade socioeconômica do país.

Além dos gastos com serviços postais de R$ 1.425,84 no mês de outubro, a deputada federal Alê Silva pagou R$ 7 mil por serviços de consultoria, pesquisas e trabalhos técnicos, outros R$ 7 mil na divulgação da atividade parlamentar, além de outras despesas, que totalizaram R$ 20.662,84.(quadro abaixo).

O espaço do Além do Fato está à disposição da deputada Alê Silva caso ela queira se manifestar.

Ricardo Campos

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