Política

Em autobiografia, Eduardo Costa revela bastidores da vida de jornalista

O jornalista Eduardo Costa, da Rádio Itatiaia e da TV Band Minas, lança neste sábado (1º), na Casa do Jornalista, em BH, o livro autobiográfico ‘O Ascensorista”. Nele, Eduardo conta sua vitoriosa trajetória profissional, desde o primeiro emprego como ascensorista até chegar ao topo do jornalismo. As 180 páginas do livro foram escritas em 20 dias.

“A profissão de jornalista e a de ascensorista guardam algo similar que é interessante. Ambas nos permitem ver apenas metade do ocorrido. O casal entra brigando, eu presencio a briga, mas não sei por que ela começou e nem a hora que vai terminar, e eles vão embora, fica aquela ansiedade. Com o repórter é a mesma coisa, a gente acha que sabe das coisas, mas não sabe, a gente só vê o que é possível ver”, avaliou Costa.

Veja abaixo o artigo do jornalista Marcelo Freitas, editor do livro por meio de sua editoria, a Comunicação de Fato, exclusivo para o Site Além do Fato.

Livro de Eduardo Costa retrata a rotina invisível do jornalismo e do jornalista

Marcelo Freitas

O jornalista é um profissional que carrega nas costas um paradoxo secular: ele dá visibilidade às pessoas e aos acontecimentos, sejam eles bons ou ruins. Mas praticamente não fala de si próprio. Assim, quem está do lado de cá da notícia, raramente sabe como é o lado de lá, o lado do chamado ‘chão de fábrica’ da engrenagem do jornalismo diário. Isso não é mostrado nem nas TVs, nem nas emissoras de rádio, nem nos portais de notícia, nem nos jornais impressos. O jornalismo continua sendo uma profissão invisível, da mesma forma como também são invisíveis os jornalistas.

Por isso, quando o veterano jornalista Eduardo Costa me disse que estava escrevendo um livro com as histórias dele enquanto produtor de notícia, fiquei feliz e me coloquei à disposição para que ele publicasse o livro pela minha editora. Afinal, uma editora – a Comunicação de Fato – que tem o jornalismo no seu DNA não poderia abrir mão de um livro como o dele. E ‘O Ascensorista’ – uma referência ao seu primeiro emprego, ainda na adolescência – cumpre esse objetivo: jogar um pouco de luz sobre como é o lado não visível do jornalismo e dos jornalistas.

Eduardo Costa abre o livro contando como foi sua infância de menino pobre em Inácia de Carvalho, um distrito de Ribeirão das Neves, onde o pai tinha um caminhão que recolhia o leite nas fazendas da região. Mas o forte do livro são as histórias dele enquanto jornalista. A começar por sua estreia no microfone, ainda enquanto estagiário da rádio Guarani, quando foi destacado para acompanhar a equipe de reportagem que foi cobrir um acidente com um ônibus entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete. Seu batismo de fogo foi ler a relação dos mortos no terrível acidente.

O autor também conta em detalhes como foi a operação sigilosa da PM de Minas que o livrou de se tornar, em 1991, um dos reféns dos sequestradores do coronel Edgar Soares, que estavam escondidos em uma casa em Juiz de Fora, em uma cobertura que mobilizou um batalhão de jornalistas para acompanhar o caso durante vários dias. Eduardo relata também como fez para transmitir uma entrevista como o Papa João Paulo II de dentro do avião que o traria ao Brasil, em 1997. O que permeia as histórias de sua atuação enquanto jornalista é sua obstinação em não deixar o ouvinte sem a informação.

Porém, no livro de Eduardo Costa, o leitor irá encontrar não só as histórias positivas. O livro cumpre o objetivo de mostrar que o jornalista não é nenhum super-herói, mas sim uma pessoa comum que também passa por seus perrengues. E os perrengues de Eduardo Costa também estão no livro. Estão lá as histórias do câncer na próstata, da cirurgia de catarata malsucedida que, por pouco, não lhe tirou a visão, e da internação por Covid durante a pandemia.

‘O Ascensorista’ é um livro de não-ficção, de histórias reais. É um livro para ser apreciado pelos colegas de profissão de Eduardo Costa. Mas também pelos que não são operadores da notícia. Quando souberem como é o dia a dia do jornalismo e dos jornalistas, saberão que glamour é o que menos está presente nesta realidade – uma realidade marcada pela obstinação em informar e em ser útil à sociedade.

‘O Ascensorista’ será lançado neste sábado, 1º de julho, de 10h ao meio-dia, no endereço símbolo que carrega muito da história dos jornalistas mineiros – a Casa de Jornalista, na avenida Álvares Cabral, 400, no centro de Belo Horizonte. Estão todos convidados.

Os que não puderem ir ao lançamento podem adquirir o livro pela internet, em https://l1nq.com/CLeCL

Orion Teixeira

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