Junto da forte onda de calor, a temperatura política entre a Cidade Administrativa e Assembleia Legislativa bate recordes e põe em xeque a propalada base de sustentação parlamentar do governo. Entre idas e vindas, o dia de hoje é o novo grande teste de fogo para a articulação política da gestão desde a 4ª e última troca de secretário da área (de Governo).
Coincidência ou não, o atual secretário, Gustavo Valadares (PMN), viajou para o exterior nessa hora dramática, quando o governo precisa aprovar o aumento de imposto para os supérfluos. Em jogo, a receita de R$ 1 bi/ ano. Ficaram sobrecarregados no plantão, os líderes de governo no Legislativo, João Magalhães (MDB) e Cássio Soares (PSD).
Prazos, pressões, traições e perdas de arrecadação estão deixando ambos à beira de ataque de nervos. Por quê? Aliados não votam contra, mas fogem do plenário. Na terça, foi aprovado em 1º turno com só 33 votos e 23 contrários, depois de deputados serem caçados nos gabinetes. Na avaliação do governo, tem prevalecido o descompromisso daqueles que acham que têm mais direitos do que deveres nessa relação. Há quem ainda culpe o ex-secretário Igor Eto, que teria feito compromissos impagáveis com os deputados novatos.
O desafio de hoje não é apenas repetir o placar da terça, mas colocar 39 deputados em plenário, quórum mínimo para votação. Quinta-feira é o dia que viajam para o interior; pelo menos quatro já avisaram que estarão fora. Se conseguir o quórum, o projeto será aprovado. De olho nesse bate cabeça, a oposição faz obstrução regimental.
O descompromisso apontado não tem ligação direta com a divergência sobre a matéria em votação. Tem cobrança de liberação de R$ 6 milhões por meio das emendas parlamentares, que destinam obras e recursos para suas bases (municípios onde são votados). Já a turma do PL reage às críticas que Zema fez a Bolsonaro.
Sobre os prazos, o governo tem até hoje para aprovar por conta da noventena, 90 dias antes de a nova cobrança ser feita em janeiro. Se ficar para outubro, a cobrança pula para fevereiro, com prejuízo de R$ 100 milhões/mês. E mais, o governo tem que enviar, até amanhã (29), a Lei Orçamentária Anual, onde espera incluir a nova receita e destinação. Na dúvida, a Secretaria da Fazenda incluiu, na página 17, R$ 1 bi a mais na arrecadação. Se não der, terá que tirar.
Nem tudo é dor de cabeça para Zema. O instituto mineiro de pesquisa Quaest divulgou, ontem, nova sondagem digital, apontando que ele está no top 3 dos governadores, depois do paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do gaúcho Eduardo Leite (PSDB).
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