Líderes governista e do governo, Cássio Soares e João Magalhães, enfrentam pressões e traições da base, foto Guilherme Dardanham/ALMG
Junto da forte onda de calor, a temperatura política entre a Cidade Administrativa e Assembleia Legislativa bate recordes e põe em xeque a propalada base de sustentação parlamentar do governo. Entre idas e vindas, o dia de hoje é o novo grande teste de fogo para a articulação política da gestão desde a 4ª e última troca de secretário da área (de Governo).
Coincidência ou não, o atual secretário, Gustavo Valadares (PMN), viajou para o exterior nessa hora dramática, quando o governo precisa aprovar o aumento de imposto para os supérfluos. Em jogo, a receita de R$ 1 bi/ ano. Ficaram sobrecarregados no plantão, os líderes de governo no Legislativo, João Magalhães (MDB) e Cássio Soares (PSD).
Prazos, pressões, traições e perdas de arrecadação estão deixando ambos à beira de ataque de nervos. Por quê? Aliados não votam contra, mas fogem do plenário. Na terça, foi aprovado em 1º turno com só 33 votos e 23 contrários, depois de deputados serem caçados nos gabinetes. Na avaliação do governo, tem prevalecido o descompromisso daqueles que acham que têm mais direitos do que deveres nessa relação. Há quem ainda culpe o ex-secretário Igor Eto, que teria feito compromissos impagáveis com os deputados novatos.
O desafio de hoje não é apenas repetir o placar da terça, mas colocar 39 deputados em plenário, quórum mínimo para votação. Quinta-feira é o dia que viajam para o interior; pelo menos quatro já avisaram que estarão fora. Se conseguir o quórum, o projeto será aprovado. De olho nesse bate cabeça, a oposição faz obstrução regimental.
O descompromisso apontado não tem ligação direta com a divergência sobre a matéria em votação. Tem cobrança de liberação de R$ 6 milhões por meio das emendas parlamentares, que destinam obras e recursos para suas bases (municípios onde são votados). Já a turma do PL reage às críticas que Zema fez a Bolsonaro.
Sobre os prazos, o governo tem até hoje para aprovar por conta da noventena, 90 dias antes de a nova cobrança ser feita em janeiro. Se ficar para outubro, a cobrança pula para fevereiro, com prejuízo de R$ 100 milhões/mês. E mais, o governo tem que enviar, até amanhã (29), a Lei Orçamentária Anual, onde espera incluir a nova receita e destinação. Na dúvida, a Secretaria da Fazenda incluiu, na página 17, R$ 1 bi a mais na arrecadação. Se não der, terá que tirar.
Nem tudo é dor de cabeça para Zema. O instituto mineiro de pesquisa Quaest divulgou, ontem, nova sondagem digital, apontando que ele está no top 3 dos governadores, depois do paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do gaúcho Eduardo Leite (PSDB).
Leia mais: Situação financeira e política de Zema é “tenebrosa”
O Brasil se acostumou com os bonecos gigantes do Carnaval de Olinda (PE), que homenageiam…
No próximo dia 15 de setembro, ficará definido quem manda no PSD para as eleições…
Este 29 de agosto marca os 200 anos da assinatura do Tratado do Rio de…
Após as declarações desconectadas da realidade e até do bom senso, o governador Zema (Novo)…
A holding Energisa S.A., dos segmentos de distribuição e geração, captará R$ 3,910 bilhões para recompra (aquisição…
Em encontro inédito, nessa quarta (27), em BH, o superintendente regional do Trabalho, Carlos Calazans,…