Lula, Haddad e Marcelo de Souza, fotos Ricardo Stuckert, Rovena Rosa (ABr) e CDL/BH
Autonomia do Banco Central (BC) é defendida, mas ela vale também para os que criticam sua atuação, como o presidente Lula (PT) e setores da economia, como o comércio. Na segunda (6), Lula voltou a criticar a alta dos juros, reeditando discurso que foi bandeira de seu primeiro vice-presidente, o empresário mineiro José Alencar, falecido em março de 2011.
Como Alencar, o presidente afirmou não haver “justificativa nenhuma” para a Selic estar em 13,75% ao ano e ampliou a trombada com a autoridade monetária. “É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juro e a explicação que eles deram à sociedade brasileira”, acrescentou.
Na semana passada, o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, havia criticado o que chamou de “aperto monetário” em favor da retomada da economia. Como o clima azedado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), entrou em cena como bombeiro de plantão para distensionar a relação com o BC. Após a divulgação da ata do Conselho de Política Monetária, nesta terça (7), Haddad a classificou como “mais amigável”.
O governo trava um embate com o Banco Central, que manteve a taxa de juros em 13,75% na semana passada —patamar considerado elevado e criticado pelo presidente Lula). “A ata do Copom veio melhor do que o comunicado. Uma ata mais extensa, mais analítica, colocando pontos importantes sobre o trabalho do Ministério da Fazenda. Uma ata mais amigável em relação aos próximos passos que precisam ser tomados”, afirmou o ministro.
Na véspera, Haddad havia reclamado mais “generosidade” quando a Selic foi anunciada. O apaziguamento do ministro, agora, não foi bem visto por Lula, que, por conta disso, teria deixado de ir a evento da área do ministro.
Tanto é que Lula voltou a atacar e cobrar maturidade do presidente do Banco Central, afirmando que ele “deve explicações ao Congresso”. Durante café da manhã com jornalistas de 41 veículos “independentes” e “alternativos”, Lula também fez referência à autonomia do Banco Central, adotada em lei do Congresso Nacional de 2021.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, o comércio espera o fim desse aperto monetário, pois irá dar um fôlego para o desempenho da economia real. “Afinal, a taxa de juros elevada prejudica os investimentos produtivos, o crédito fica mais caro e inibe o consumo da população”, advertiu Marcelo Silva. Apontou ainda que a inadimplência aumenta e prejudica a retomada mais robusta do crescimento econômico.
Os aliados de Lula, Gleise Hoffmann (presidente nacional do PT) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL/SP), jogaram gasolina na crise ao afirmar que o Banco Central seria a última trincheira do bolsonarismo. Até dias depois dos atentados golpistas em Brasília, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, integrava grupo de zap de ex-ministros e Bolsonaro.
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