A escolha do novo presidente da Cemig, o economista o Reynaldo Passanezi Filho, teve a participação direta do presidente do Partido NOVO, João Amoêdo. Segundo fontes ouvidas pelo Além do Fato, a intenção do governador Romeu Zema era anunciar o novo presidente da estatal na última semana de dezembro. O atraso teria ocorrido exatamente por conta da indefinição de Amoêdo.
Como Minas é considerado a vitrine do Partido NOVO (para o mal ou para o bem), toda e qualquer decisão estratégia, segundo as mesmas fontes, é submetida à direção nacional da legenda.
Com o novo presidente, a expectativa do governo é acelerar o processo de privatização da empresa, que o governador defendeu publicamente na sua campanha para o governo do Estado. Embora a venda não dependa unicamente da vontade do governador e nem da direção da empresa.
Pela Emenda Constitucional nº 50, a Assembleia Legislativa precisa aprovar a venda da empresa. Para tanto, serão necessários 48 votos de um total de 77 deputados, número que o governo hoje não tem.
Se aprovada, a decisão do Legislativo ainda precisará passar por um referendo popular para que a população diga se concorda ou não com a venda da empresa, que foi criada em 1952 por Juscelino Kubitschek.
O governo usa dois argumentos principais para defender a privatização da Cemig. Um deles é que a empresa precisará de realizar investimentos de R$ 21 bilhões nos próximos anos, recursos que nem a empresa e nem o governo têm.
O outro é que a venda da estatal é uma exigência do governo federal para que o estado possa aderir ao regime de recuperação fiscal – para que receba ajuda financeira para superar a crise que enfrenta.
Esses argumentos, entretanto, não foram suficientes, por enquanto, para convencer a maioria dos deputados da necessidade da venda da empresa.
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