Do alto de um palanque imaginário, o governador Romeu Zema (Novo) acorda todos os dias, desde que garantiu a própria reeleição, à cata de meios para atacar o governo Lula (PT). Quando não os encontra, não há problema, recorre a um fake News, que, por sua natureza, não se trata apenas de uma notícia falsa, mas de informação sem apuração ou comprovação. O próprio Zema reconheceu isso ao acusar o governo federal de ter feito “vistas grossas” para virar vítima dos ataques terroristas em Brasília. Ao concluir o ataque leviano, o governador acrescentou que tudo seria uma “suposição”.
Ou seja, Zema não se incomodou em repassar uma grave acusação sem provas ou apuração. Como dizem lá no submundo das redes sociais, ‘estou apenas repassando’ como recebi. Seria como se alguém dissesse, numa avaliação até generosa, que o governador mineiro é um mentiroso, mas ‘isso seria apenas uma suposição’.
O governador não é neófito em política como quer fazer passar. Nada disso, faz-se de bobo para fazer política e tem ganhando seus votinhos e até conquistado a reeleição. E quer mais, agora, só pensa na eleição presidencial de daqui a três anos e nove meses. Passa rapidinho. Mas seria hora de fazer política? Encerradas as eleições há dois meses e meio, não seria o momento de fazer uma boa gestão administrativa para colher os dividendos políticos no futuro?
Isso não importa para a estratégia de Zema. Como seria então? Cenário 1: Se o segundo governo dele não der certo, repetindo a falta de realizações do primeiro, o governador já teria um culpado: o governo Lula atrapalhou porque apoiou Bolsonaro. Para o insucesso do primeiro mandato, a culpa está atribuída aos deputados estaduais e a Assembleia Legislativa de Minas. Cenário 2: Se o governo Lula não der certo, ele seria um dos poucos a ter feito oposição sistemática para ocupar o posto do futuro candidato da direita contra a esquerda.
Para isso, não importam as trapalhadas se, para ele, são estratégias políticas que estão dando certo. Depois de se aproveitar, no 1º turno, de uma “aliança improvável” no interior, que escolheu a ‘chapa Lulema’ (voto em Lula e Zema), no 2º turno, ele desceu do muro para subir no palanque. Sem pestanejar, criticou que, em Minas, havia espécie de ‘PTfobia’, embora Lula tenha vencido nos dois turnos.
Após a vitória do petista, veio a dizer que preferia Bolsonaro, mas esperava que o eleito não repetisse casos de corrupção. “Seria um candidato (Bolsonaro) que, com certeza, iria trazer um desenvolvimento maior para o Brasil. Mas, tivemos a eleição do presidente Lula numa situação muito diferente daquela do passado. Hoje, com certeza, a Petrobras não conseguiria ter os desmandos que teve no passado. Mecanismos de controle foram alterados. A sociedade civil e o próprio Congresso Nacional estão muito mais alertas hoje. Se houver tentativa, ela com certeza vai ser muito menos arrojada do que foi no passado”, disse Zema.
Disse mais, que o Brasil amadureceu nesse período. “Vamos torcer para dar certo. Eu não sou oposição. Eu sou oposição àquilo que é ruim para o Brasil. Eu sou um governante de pautas”. Falou, mas não é. Agora, em nova investida, insinuou que o governo federal sabia da possibilidade da invasão e que fez vista grossa para se fazer de vítima. Como lembrou o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre aquela clássica ocorrência de estupro, quando os suspeitos acusam a vítima de ter provocado o crime.
A reação dentro do governo de Zema, principalmente de fora, foi de reprovação. Aliados consideraram erro brutal, mas nada comentaram. Do lado de fora, o que se ouviu foi coisas do tipo “Zema bolsonarista personalité” (senador Randolfe Rodrigues, futuro líder do governo Lula no Senado). “É de uma irresponsabilidade atroz. É de um oportunismo atroz”, apertou.
O ministro de Minas Energia, o mineiro Alexandre Silveira, que havia se apresentado como interlocutor do governo federal junto ao de Minas, classificou a falta como “infeliz e irresponsável”. “Há muito não se ouvia algo tão estarrecedor e absurdo. Sua declaração deve ser repudiada”, disse.
O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) repudiou também. “Era só o que faltava. É lamentável ver esse bolsonarista irresponsável governando um estado tão importante como Minas Gerais”, reagiu o futuro deputado.
Ao fazer os ataques, Zema não mediu os efeitos, daí a reação de desânimo dentro do governo. O desgaste tem alcance junto ao Congresso Nacional e, principalmente, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse último, o governador conseguiu apoio liminar para fazer adesão ao seu principal projeto para sanear as finanças de Minas: o Regime de Recuperação Fiscal. O Supremo o autorizou aderir mesmo sem o aval da Assembleia Legislativa de Minas. A sede do STF foi a mais depredada pelos terroristas que Zema parece querer defender.
Tudo somado, ficou ainda muito estranho a investida de Zema contra Lula dez dias depois que levou solidariedade a ele, um dia após os ataques antidemocráticos.
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