Política

Schvartsman, ex-CEO da Vale, tem oposição na Vibra

Fabio Schvartsman, presidente da Vale S.A. quando houve a tragédia (270 mortos) da Mina Córrego do Feijão, 2019, gera discórdia entre acionistas da Vibra Energia. Antiga BR Distribuidora (ex-Grupo Petrobras), a Vibra fará AGO e AGE simultâneas em 28 de abril. Na pauta estão as eleições e posses para o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal.

O ex-chefão da Vale figura na chapa para o CA encaminhada terça (29/03) pelo presidente, Edy Luiz Kogut. Ou seja, confirma informações do início de fevereiro. Entrou por articulação de acionistas liderados pela gestora Dymond. As gestoras Verde e Bogari também corroboraram. A Dynamo é uma das maiores administradoras de ações do país. No Cougar, seu principal fundo, e em fundos exclusivos, respondia por R$ 17 bilhões, em janeiro. Os padrinhos de Schvartsman controlam 20% da Vibra.

O site especializado Reset, informou que a indicação do ex-CEO da mineradora emperra no crivo da Previ, fundação dos empregados do Banco do Brasil, e JGP, fundo de previdência. Associam o executivo diretamente à tragédia em Brumadinho. Outras fontes tratam a questão como um “desconforto” para a Vibra.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Todos que torcem nariz para Schvartsman usam, portanto, mesma tecla: a Vibra desfilar com ele no Conselho, antes dos julgamentos prováveis (ver abaixo), arranha risca imagem de Governança Corporativa. Ou seja, baterá nas ações no pregão da Bolsa de Valores.

Mesmo que não haja pré-julgamento, fato é, porém, que a oposição se mantém viva desde o anúncio no mês passado

Schvartsman apresentou declaração de desimpedimento criminal

Para assumir cargos do topo da gestão da Vibra, assim como em outras companhias abertas, os candidatos assinam declarações públicas desimpedimentos. No caso do Conselho, de “ausência de condenação e exposição política”. Schvartsman encaminhou:

“Adicionalmente, declaro, para todos os fins de direito que (i) nos últimos cinco anos, não estive sujeito aos efeitos de qualquer condenação criminal, mesmo que não transitada em julgado, qualquer condenação ou aplicação de pena em processo administrativo perante a CVM ou qualquer condenação transitada em julgado, na esfera judicial ou administrativo, que tivesse por efeito a suspensão ou a inabilitação para a prática de qualquer atividade profissional ou comercial; e (ii) não sou Pessoa Politicamente Exposta nos termos do disposto na Instrução da CVM n° 617/2019, por não me enquadrar em nenhuma das situações que caracterizam a Pessoa Politicamente Exposta. São Paulo, 21de fevereiro de 2022” (sic).

STJ livrou do julgamento em Minas

Em 2020, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) aceitou denúncia do Ministério Público, de “homicídio qualificado” e crimes ambientais contra Schvartsman e mais ex-diretores da Vale. Todavia, em outubro de 2021, seus advogados conseguiram, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), extinguir aquela ação penal. A Corte aceitou, portanto, alegação de que a competência seria da Justiça Federal, por se tratar de julgamento unificado de “crimes conexos” de competência federal e estadual.

Mas, se sobreviver aos opositores, Schvartsman poderá permanecer até a AGO de 2024 no Conselho da Vibra.

Nairo Alméri

Posts Relacionados

AGU tenta em vão melar o acordo da dívida de Minas

Órgão do governo federal, a Advocacia-Geral da União foi e é contra a prorrogação dos…

3 dias atrás

Pacote do Pacheco é inconsistente; calote

A alternativa do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para aliviar a dívida pública de Minas Gerais…

4 dias atrás

Fundação Renova passa por transição e muda comando em maio

A partir de 2 de maio, Camilo de Lelis Farace assume a presidência da Fundação…

5 dias atrás

Secretário da Fazenda é acusado de agredir a segurança jurídica

Diante da crise pela qual passa a Secretaria da Fazenda de Minas, a Febrafite manifestou…

5 dias atrás

Projeto de Pacheco reduz dívida de Minas de R$160 bi a R$ 40 bi

Após a decisão do ministro do STF, Nunes Marques, de conceder 90 dias dos 180…

7 dias atrás

Caso Daniel Alves inspira bares de BH no combate à violência contra mulher

A maioria dos 4.136 estabelecimentos de BH já pode aderir ao Protocolo Quebre o Silêncio,…

1 semana atrás

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!