Ao tomar posse, o presidente reeleito do Sindifisco MG, Marco Couto, avaliou o governo federal como “totalmente perdido”. A crítica foi feita, especialmente, sobre o estilo Bolsonaro de forjar atitudes populares e anular decisões impopulares que ele mesmo havia tomado. “…(o governo) só vive de produzir factoides, como no recente caso das exclusões de profissões do MEI (Microempreendor individual) e a volta da CPMF”, apontou. Em ambos os casos, o governo federal voltou atrás. O Sindifisco é o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas.
Marco Couto ainda acusou o Ministério da Economia de promover ataques consecutivos aos direitos e salários dos trabalhadores. “Elegeram o servidor público como bode expiatório da crise e a única solução que se apresenta é o corte de despesas, de direitos. São inúmeros os ataques: reforma da Previdência, reforma administrativa, PEC emergencial (redução de carga horária e salário), etc”, desabafou.
Ainda em defesa do funcionalismo público, disse que a prova cabal de que esse diagnóstico está incorreto é o próprio Fisco mineiro. “Temos as melhores avaliações do BID no país, receita subindo, tudo isso mesmo com o quadro “hiper” reduzido, envelhecido e sem concurso há quase 15 anos”, apontou. Segundo ele, os servidores públicos não são os responsáveis pela crise, mas parte da solução. “A saída é pelo aumento da receita”.
Fez coro com ele, o diretor da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, Francelino das Chagas Junior. De acordo com Francelino, a polarização política elegeu o servidor público como “sanguessuga” do Estado. “Já fizeram até memes ridicularizando o servidor, o que é lamentável. Todo país desenvolvido precisa de servidores; na Europa é assim, nos Estados Unidos é assim. Nós, ao contrário, somos um país provinciano, patrimonialista, que ainda não entendeu que o Estado mínimo não serve à sociedade. O serviço público é fundamental para atingirmos o estado de bem-estar social. A sociedade aumentou, então é natural que aumente também o número de servidores”, observou o diretor da Fenafisco.
A solenidade de posse da nova diretoria executiva do Sindifisco-MG para o biênio 2020/21 foi realizada no último dia 9. Presente ao evento, o secretário-adjunto de Fazenda de Minas, Luiz Cláudio Gomes, defendeu o regime de recuperação fiscal para o enfrentamento da crise.
“Minas está gastando mais do que arrecada. Precisamos entrar logo no regime de recuperação fiscal para conseguirmos sair da crise”, defendeu. O projeto de recuperação fiscal é do governo Zema (Novo) e depende de aprovação legislativa para que seja feita a adesão. “A despeito das dificuldades financeiras, os investidores estão vindo para cá, por causa da segurança jurídica dada pelo Estado”, garantiu ele.
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Os salários dos auditores fiscais mineiros são totalmente fora da realidade. Em todos os estados. Inclusive na esfera federal o auditor ganha o mesmo que um Perito ou Delegado. Aqui em minas com a falta de reajuste de mais de 5 anos das forças de segurança. Um auditor chega a ganhar o dobro. Mesmo com a recomposição salarial que o Zema vai dar ainda terão um salário superior aqui .