Política

TV e rádio: mais que voto, candidatos precisam ‘acordar’ eleitor

Tudo o que tinha que ser feito já está pronto. Ou deveria. A campanha para prefeito em Belo Horizonte entra, na próxima sexta (30/8), em sua fase mais desafiadora. Os programas eleitorais gratuitos na TV e no rádio, especialmente as inserções curtas, serão o último recurso para que candidatos e candidatas conquistem o eleitor.

Mais do que ganhar o voto dele, todos os postulantes, à exceção do líder das pesquisas, precisam colocá-lo na campanha, despertar o interesse do belo-horizontino para a eleição. Não se trata de mais um dado de pesquisas, reafirmando o alto índice de indecisos. Basta ver o esforço dos postulantes para levarem suas mensagens e serem ouvidos. O desinteresse e a desconexão são tão estranhos que muitos estão mais bem-informados sobre o tal Pablo Marçal, candidato do PRTB a prefeito da capital paulista, do que dos belo-horizontinos. Deve ser resultado do estilo de comunicação que ele faz ao mexer com a estupidez de muitos.

Dez primeiros dias decisivos

Diante disso, é enorme o desafio dos candidatos e candidatas de BH. Os primeiros 10 dias de campanha na TV e no rádio serão fundamentais para aquele grupo que está embolado na segunda colocação. Quem conseguir se descolar dos rivais com cinco pontos percentuais (ultrapassando a margem de erro de três pontos) poderá conquistar uma das duas vagas ao segundo turno.

A maioria dos concorrentes acredita que Tramonte se manterá na liderança, razão pela qual estão concentrados na briga pela segunda vaga. Hoje, três a quatro candidatos brigam ali, o que poderá ser confirmado na pesquisa da próxima quarta-feira, do instituto mineiro Quaest. A dois dias do início da propaganda na TV e no rádio, seus dados irão dar uma espécie de marco zero. A partir daí, serão 35 dias de campanha massiva nos 38 dias que restarão. Vai prevalecendo a profecia do ex-governador Hélio Garcia, segundo a qual “a campanha começa depois da parada” (7 de setembro).

Bolsonaro impulsiona Bruno

A campanha do candidato a prefeito Bruno Engler (PL) aposta no efeito Bolsonaro. O ex-presidente virá a BH na próxima semana para colar sua influência na candidatura do aliado. A equipe dele avalia que o cabo eleitoral poderá agregar cinco pontos aos já conquistados pelo próprio candidato.

Fuad vai ‘apagar’ Kalil

A campanha do prefeito e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), vai apresentar uma nova cara a partir dos programas de TV. Havia dois planos na sua estrutura. O plano A, com a presença do ex-prefeito Alexandre Kalil, ficou pra trás com a mudança dele para o candidato Mauro Tramonte (Republicanos).

Sem o antecessor, o lado B irá focar os dois anos e meio da gestão de Fuad. Agora, ele ficará até mais à vontade para se descolar de Kalil e fazer contrapontos sobre o que herdou e fez. Do outro lado, terá um Tramonte pisando em ovos ao atacar sua gestão sob o risco de atingir o novo aliado, que foi prefeito da capital por cinco anos e quatro meses.

Poder de polícia na campanha

Nas eleições, juízas e juízes eleitorais irão exercer também o poder de polícia para coibir propagandas irregulares. Essa iniciativa será desenvolvida junto da competência judicial para a adoção de medidas necessárias para fazer cumprir as decisões do TSE.

Nas redes sociais, por exemplo, o juízo eleitoral poderá determinar a imediata retirada de conteúdo na internet que, em sua forma ou em seu meio de veiculação, esteja em desacordo com o disposto nas regras eleitorais.

Sifuentes homenageia equipe

Ao deixar a direção do TRF-6, a primeira presidente desse Tribunal federal, desembargadora Mônica Sifuentes, homenageou os magistrados, servidores, terceirizados e estagiários de sua gestão. “Hoje, ao olhar para tudo o que conquistamos, sinto uma profunda gratidão. Foi o trabalho em equipe, a dedicação e o espírito de colaboração de todos vocês que tornaram possível a realização desse sonho. Deixo a presidência do TRF-6 com a certeza de que juntos construímos algo verdadeiramente especial e inovador. Muito obrigada!”, pontuou a desembargadora.

O tribunal federal em Minas foi projeto que durou 20 anos antes de sua concretização. Uma das principais realizações de sua gestão foi a adoção de um sistema 100% eletrônico para a tramitação de processos. Na sexta (23), Mônica Sifuentes foi sucedida pelo desembargador federal Vallisney Oliveira.

Mudanças na previdência

Os prefeitos comemoram a aprovação no Senado, em dois turnos, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023 na quarta-feira (14/8). De acordo com o texto, os estados, o Distrito Federal e os municípios deverão alterar, em até 18 meses, os regimes próprios de previdência social para prever, no mínimo, as mesmas regras do regime próprio da União.

Para os municípios que ainda não fizeram a reforma, a mudança será positiva para aliviar a pressão nas finanças públicas de forma sustentável. Para os estados, os prejuízos serão grandes para os servidores, com mudanças pontuais em direitos já consagrados. A pensão por morte deve cair de 70% para 60%; o regime de transição aumentará o tempo para a aposentadoria, entre outros.

(*) Publicado no Jornal Estado de Minas

Orion Teixeira

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