Política

Ao contrário de sua eleição, Zema tem que se desvincular do caso perdido Bolsonaro

Falam que é despreparo, inexperiência e visão liberal do partido ou do empresário. Seja o que for, o governador Romeu Zema (Novo) ainda vacila entre ser o que achou que dava para ser na gestão pública e o que tem que ser. Primeiro, veio a visão liberal, segundo a qual empresário e o brasileiro são sacrificados pelos impostos e que os políticos são perdulários e irresponsáveis. Depois, a crença de que representa renovação contra a velha política. Por último, o alinhamento ao comandante nacional que não comanda mais nada.

Zema deve ser hoje o único dos governadores que apoia o caso perdido chamado Bolsonaro. O capitão o ajudou a se eleger no contexto dos apolíticos. Ambos se elegeram como filhotes da desconstrução política e representantes da nova política. Ganharam a eleição mais por W.O. do que por estratégia. A hora da verdade chegou e, na prática, governar é diferente do pensado.

Gestão com perfil tucano e pefelista

Na prática, Zema montou um governo que teve como base inicial o velho PSDB e, depois, o mais velho ainda DEM, herdeiro do PFL e da política tradicional. Como não deu certo, radicalizou, chamando para a ponta aqueles que nunca tiveram experiência política, de trabalho e até mesmo de vida. A turma do partido Novo. Se está preparado ou pronto, isso agora não importa mais; se a equipe é capacitada, também não. A difícil realidade exige que reajam para não serem engolidos pela pandemia.

Bolsonaro é um caso perdido e não veio para dar certo. O apoio de Zema a ele tem mais a ver com o oportunismo da velha política do que por identidade. O governador mineiro ainda pode se salvar, mas tem que mudar rapidamente porque a pandemia não vai esperar. A oportunidade de ser político, estadista, humano e eficaz é uma coisa rara e factível, especialmente quando uma realidade mais forte exige.

Ninguém faz nada demais ao ser líder na bonança. E agora, Zema? As chuvas se foram, e surgiu um inimigo invisível e que, apesar disso e de sua insignificante dimensão, desafia um mundo inteiro, arrogante e cheio de si, de tecnologia, ciência e verdades.

Novo tom na política e na comunicação

Ainda nessa quinta (2), Zema foi mais assertivo no encontro virtual dos governadores do Sul/Sudeste. Desta vez, assinou documento que declara, entre outras coisas, moratória da dívida dos estados junto à União. No mês passado, o governador fez mudanças na coordenação política e, principalmente, vai mexer em sua comunicação. A primeira mudança veio na primeira peça de comunicação em horário nobre da TV. Ganhou mais consistência.

A partir de agora, vai tratar o assunto como política de governo, montando comitê de cabeças pensantes. O mercado já dá como certa a incorporação do publicitário Paulo Vasconcelos, que adotou modelo exitoso nas gestões dos tucanos Aécio Neves, Antonio Anastasia e Tasso Jereissaiti e dos irmãos petistas Jorge e Tião Viana, no Acre.

As mudanças implantadas pelo novo secretário geral Mateus Simões já mostram serviço. Zema está mais aberto às coletivas de imprensa, embora a insegurança o limita a pronunciamentos.

Dos apolíticos, Kalil sai-se melhor

As pesquisas que saíram e vão sair a qualquer momento tendem a confirmar queda de Bolsonaro. Zema mantém-se estável por enquanto, apesar dos equívocos do reajuste anunciado e frustrado para policiais. Já Kalil vai conquistando mais aprovação ante as crises que experimenta, desde as chuvas e, agora, a pandemia.

Tudo somado, é bom perguntar que mundo é esse, porque, depois dessa tragédia virótica, ele não será mais o mesmo. Para o bem ou para o mal, um ex-embaixador brasileiro comparou o momento àqueles marcos da história do tamanho da revolução industrial, primeira e segunda guerras mundiais. A hora é de mostrar a que veio. Se não é igual ao que estava aí, pode ser melhor, ou até pior.

Além dos desafios comuns dos governos anteriores, crises fiscal e social, a de agora é inclassificável. Se não está pronto, se vire, porque ninguém vai pedir seu impeachment por isso. A crise é outra e precisa ser enfrentada. O que é ser político, governante, líder, gestor? É uma pergunta que todos fazem. Poucos têm a oportunidade de buscá-la.

Ameaça do governo Bolsonaro obrigou Zema recuar no reajuste de 41,7% para a segurança

Orion Teixeira

Ver Comentários

  • Que opinião ridícula. ainda bem que nariz cada um tem o seu, por estas e por outras que as grandes mídias estão perdendo o credito.

  • Setembro está chegando.... Reformulação no STF, a mídia e aqueles que viveram até hoje do nosso dinheiro estão em pânico. Não somos Bolsonaro, mas somos Brasil. Deixem ele governar. Essa esquerda corrupta, que nos deixou nessa situação não quer largar o osso. Forma 16 anos sangrando o Brasil e agora querem se passar de salvadores de Pátria? Deixem o país andar, pois essa é a Democracia, não a de vocês que querem se perpetuar no poder..... Fora Esquerdopatas

    • Cara, todo mundo senta no vaso e faz seu bolsonaro sossegado. vc conseguiu faz seu bolsonaro pela boca agora. Cruzes.

  • Será quem escreveu esse lixo de matéria não fica com vergonha não. Tendenciosa, deve achar que o leitor e idiota, só pode. Deixa de imbecis.Petista !!!!!

  • Enquanto o povo não entender que nosso querido congresso é uma fachada para a maior quadrilha do planeta e que quem tem o real poder são os deputados vamos viver na merda. Escolham melhor ou vamos ver eles derrubarem o segundo presidente. Dilma ou Bolsonaro ou Satanás ou Jesus... só tem paz se jogar o jogo deles.

  • Gente, vocês vão dar crédito pra jornalista blogueiro que publica comparação de Bolsonaro com Lula em quantidade de seguidores, defende que ministra manda TRF-4 soltar presos condenados só até 2ª instância??
    Não devemos nos embasar em textos de militantes de antigos mandatários corruptos e que deveriam estar presos até hoje...

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