A saída de Cândido Botelho Bracher da presidência do Banco Itaú Unibanco irá muito além das rotineiras decisões de Conselho de Administração. Em 2021, o executivo Milton Maluhy Filho, um não banqueiro de raiz, assumirá o comando do maior banco privado do país.
Cândido é presidente desde 2016. Completará 62 anos em dezembro, idade limite para a função. Quando chegou, substituiu Roberto Setúbal (da família fundadora do Itaú). Entregará a sala para Maluhy em 2 de fevereiro. Embora não seja das famílias, Maluhy tem muita intimidade com o banco: é o vice-presidente de Riscos e Finanças.
Os acionistas, portanto, abriram novo capítulo na história do banco com indicação, quinta (29/10), do novo presidente-executivo.
Cândido é filho de Fernão Bracher, ex-presidente do Banco Central do Brasil (BC) e ex-vice do Bradesco. Com Antônio Beltran Martinez e um braço do Creditanstalt (Áustria), foi fundador, em 1998, do BBA.
O economista Pérsio Arida (ex-presidente do BNDES, em 1993-95, e do BC, 1995) era o “A” do novo banco. Mas, saiu do projeto. No entanto, deixou “A” na composição do BBA.
Os Bracher chegaram via BBA
O Itaú (antes da fusão com o Unibanco, da família Moreira Salles) assumiu, em 2002, o BBA. A instituição dos Setúbal comprou 97,75% das ações do BBA Creditanstalt. Essa, então, a origem do Itaú BBA, maior banco de atacado do país.
Famílias tutelam o Conselho
Na saída de Roberto, as famílias Setúbal e Moreira Salles entregaram a cadeira à família dos Bracher. Todavia, os Setúbal e Moreira Salles continuaram no Conselho na presidência do Conselho. Portanto, ditam as diretrizes políticas acima da Diretoria.
Maluhy pode ficar até 2039
O futuro presidente do Itaú tem 44 anos. Poderá, então, ficar no comando do Itaú Unibanco por 18 anos.
Maluhy Filho não é banqueiro de raiz. Mas é acionista do Itaú Unibanco, desde 2011. O futuro CEO está no Itaú desde 2002.
Milton Maluhy assumirá metas digitais. Ou seja, bem acima do cotidiano como por exemplo: expansão de agências e redução de pessoal.
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