BNDES e BDMG admitem extinção da Unitec, projeto de R$ 1 bi - Além do Fato BNDES e BDMG admitem extinção da Unitec, projeto de R$ 1 bi - Além do Fato

BNDES e BDMG admitem extinção da Unitec, projeto de R$ 1 bi

  • por | publicado: 03/08/2019 - 19:57

BNDES e demais acionistas na Unitec Semicondutores marcaram para hoje (28) discussão sobre o futuro da fábrica. Nas propostas consta a possibilidade de extinção do projeto que consumiu R$ 1 bilhão - Foto: Divulgação/Unitec

BNDES e BDMG podem decidir, dia 12, pela extinção da Unitec Semicondutores, que consumiu R$ 1 bilhão. Os bancos são acionistas e financiadores do projeto de Ribeirão de Neves, alavancado, em 2012, por Eike Batista. Em 2014, com a bancarrota Grupo EBX, a Corporación América assumiu seu posto na Six Semicondutores, atual Unitec. Os acionistas terão um só item na pauta e foco na “situação de caixa”. Se um conjunto de “alternativas” de reestruturação não passar, sobrará “deliberar sobre a sua extinção e de que forma”. A pauta tem apenas uma “ordem do dia” e as opções, até a pior, passam por aumento do capital, entrada de novo sócio, venda de equipamentos e recuperação judicial.

O projeto consumiu US$ 260 milhões (R$ 1 bilhão – câmbio 02/07/2019). Mas está praticamente em estágio de comissionamento dos equipamentos mais importantes. A Unitec foi concebida para ser a Nº 1, do Hemisfério Sul. Para produção de semicondutores aos nichos da IoT (internet das coisas), cidades e etiquetas inteligentes, cartões industriais e ciências da vida. Deveria m criar 300 empregos qualificados diretos.

BNDES e Finep seguram dinheiro

Ao sair, em janeiro de 2014 (entrou em novembro de 2012), EBX passou a liderança (33%) ao Corporación America. EBX e IBM Corporation deveriam aportar R$ 245 milhões (2012) cada. O BNDES estima ter investido R$ 240 milhões (janeiro/2019) e, o BDMG, R$ 56,2 milhões. Outros acionistas são a Matec e WS In Tecs. Os bancos são acionistas e financiadores. Junto com eles, a Finep, agência federal, passou a segurar as parcelas de recursos. Diante disso, há 2 anos, prováveis novos investidores se afastam.

A Unitec nasceu Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS), em 27 de junho de 2005, pela Tecnologia Infinita WS-Intecs Ltda, de Wolfgang Sauer (ex-presidente Volkswagen no Brasil) e Frederico Blumenschein. Este ainda o Conselho de Administração.

Desvalorização cambial de 80%

BNDES e a Corporación América aplicaram, em 2016, revisão no “Plano de Negócios”. A principal razão: receitas serem insuficientes para suportar pressão de desvalorização cambial acumulada, de 80%, desde o início do projeto. Cerca de 70% dos investimentos são em moedas estrangeiras. Houve também redução de pessoal, de 191 para 124, e revisão de contratos no Brasil. A Unitec fechou operações em Rousset (França) e da filial Unitec Soluções, de Contagem. A linha de packaging (encapsulamento) em soluções integradas em tecnologia dedicadas aos semicondutores, em Contagem, foi fechada. Essa linha foi levada para sala limpa da matriz.

Mais US$ 80 milhões

A Unitec previa, em 2018, necessidade de US$ 80 milhões para concluir toda cadeia interna até o processo – design, fabricação e encapsulamento.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Ales Lop

se fosse algo que desse pra desviar dinheiro, ia pra frente. Mas no Brasil tudo que envolve desenvolvimento de tecnologia de ponta, e que geraria tecnologia, não vai pra frente.

Ales Lop

se fosse algo que desse pra desviar dinheiro, ia pra frente. Mas no Brasil tudo que envolve desenvolvimento de tecnologia de ponta, e que geraria tecnologia, não vai pra frente.

rafael

Com tanta política dentro deste projeto é lógico que não iria dar certo. Investidor estatal só vai contaminar o gerenciamento do negócio da empresa. Realmente muito triste uma oportunidade desta estar sumindo do Brasil. Nós precisamos de tecnologia e não somente agronegócio.

Almir Bispo

Muito pelo contrario.Foi exatamente o investidor privado que pecou.Como você pode ler na reportagem,o governo investiu tudo que foi possivel.Mas como sei,nossa elite economica brasileira é pior merda que tem.

Alessandro Gonçalves

Perdeu-se esse projeto já na ideia de abrir a unidade em Rib. das Trevas. O vale da eletrônica do estado, no sul de Minas, deveria ter sido o local. Mesmo que se encerrasse a iniciativa, haveria sinergia local para “virar a chave” e salvar alguma coisa. Mas no meio de uma região que não tem vocação para uma indústria de semicondutores, não tem vizinhança que ajude. Grandes mineiros!

Ales Lop

se fosse algo que desse pra desviar dinheiro, ia pra frente. Mas no Brasil tudo que envolve desenvolvimento de tecnologia de ponta, e que geraria tecnologia, não vai pra frente.

Ales Lop

se fosse algo que desse pra desviar dinheiro, ia pra frente. Mas no Brasil tudo que envolve desenvolvimento de tecnologia de ponta, e que geraria tecnologia, não vai pra frente.