A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) age com o Grupo Itapemirim do final para frente. Ou seja, dá as caras depois da lambança consolidada na empresa no transporte rodoviário interestadual entrar em cartaz em todo país. A companhia sobreviveu dentro de um Plano de Recuperação Judicial (PRJ) mambembe.
Na sexta (14/01), pelo Twitter, a ANTT deu informação da qual deveria se envergonhar. Diz que acompanha o velório da Viação Itapemirim. O correto seria “acompanhar detalhes” sobre avida da empresa lá atrás, no início da recuperação judicial, em março de 2016. Na época, o buraco declarado supera os R$ 2 bilhões (valor histórico).
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Mesmo falida, a Itapemirim ficou livre para tudo
Nesta meia década, a ANTT, vinculada ao Ministério da Infraestrutura, foi passiva diante administradores da companhia. Ficaram livres para elevar passivo do caixa quebrado, irrecuperável. A empresa ficou livre, até mesmo, para participação em licitação bilionária de linhas urbanas em São José dos Campos (SP). A agência foi, portanto, incompetente em mercado altamente ofertante de novos prestadores de serviços e com formas de gestão ágeis e transparentes.
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“A ANTT se reuniu com representantes do grupo Grupo Itapemirim, para acompanhar os detalhes da situação da operação do transporte interestadual de passageiros realizado pela empresa, já que recentemente a empresa solicitou a suspensão de algumas linhas” (sic – com a palavra grupo duas vezes seguidas), publicou a agência na conta do Twitter.
Antes da virada do ano, a Itapemirim solicitou e foi atendida, de uma só vez, na desistência de nada menos que 61 itinerários (seções e mercados) interestaduais. Todavia, a bem da verdade, a empresa já havia abanado várias. A oficialização da ANTT veio, portanto, no apagar das luzes: 30 de dezembro.
ITA: Justiça tem contas a prestar à Justiça
O Governo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac/Ministério da Infraestrutura), permitiu que o Grupo Itapemirim, mesmo falido, decolasse com a ITA – Itapemirim Transportes Aéreos. E deu no previsível: pane irreversível, após seis meses de rotas problemáticas, a contar do voo inaugural.
A constituição da empresa, contudo, teve cara, cor e cheiro de enorme trapalhada dentro de Vara de Recuperação Judicial de São Paulo. Na Justiça, por exemplo, credores acusaram o administrador da Recuperação Judicial, empresário Sidnei Piva, de desviar receitas das empresas em recuperação. Mas, foram derrotados.
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