Se for, já que passou a semana vacilante, o governador Romeu Zema (Novo) será o principal alvo do debate, deste domingo (7), entre os candidatos a governador na TV Band. Zema será, pela primeira vez em sua trajetória política e administrativa, confrontado sobre dados e a realidade do Estado. O candidato refletiu bem e, contra a vontade de alguns assessores, decidiu que irá até para não comprometer mais ainda o conceito de um partido que se diz novo.
Afinal, foi um debate que o levou a condição de favorito na disputa, quando participou do último realizado no primeiro turno. Lá, não foi cobrado de nada, porque não era governo e, entre os desgastados PT e PSDB, surgiu como terceira via ao pedir votos para Bolsonaro, embora seu partido tivesse candidato a presidente (João Amoêdo). Agora, Zema terá que explicar a situação fiscal do Estado que não melhorou, ao contrário, a dívida cresceu ainda mais.
Eleição plebiscitária
As estratégias dos rivais será de fazer de Zema e de sua gestão o alvo do debate e das críticas. É claro que, toda vez que um candidato disputa a reeleição, ou seja, quer mais quatro anos de governo, a eleição ganha um caráter plebiscitário. Em resumo: deve continuar ou sair? É nessa frequência que todos os outros rivais de Zema vão atuar.
Alexandre Kalil (PSD), que é o rival direito, está em segundo lugar, de acordo com as pesquisas, vai fustigar Zema, esteja ele presente ou não. Pestana, com estilo mais frio e intelectual, vai destilar à mágoa pela humilhação que o Novo impôs aos tucanos. Tudo somado, o foco do debate e da campanha será esse: o que o governo Zema fez, como fez, se foi bom ou ruim, e o que não fez, por que não fez.
Treinamento essencial
Os candidatos passaram o final de semana se preparando, fazendo o chamado media training, que é, pra quem não conhece a prática, o treinamento para falar com a imprensa. É uma maneira de se apresentar bem na televisão e enfrentar situações não ensaiadas, que fogem ao controle dos marqueteiros. Mais do que isso, situações que põem a emoção, às vezes, acima da razão. É um treinamento importante para quem não quer cometer erros.
A senha, nesses encontros como o grande debate da Band Minas, que, tradicionalmente, abre a campanha eleitoral, é exatamente essa: não errar. Se puder ganhar e conquistar o eleitor, tudo bem, mas o mais importante é evitar escorregões que coloquem a liderança, o favoritismo ou as chances de um candidato, ou candidata, em risco.
Esse treinamento está sendo feito até mesmo por Romeu Zema, que busca a reeleição, mas está derrapando na participação, avaliando se perderá mais se for ao debate ou não. Na dúvida, fez o dever de casa na preparação.
Compromisso democrático
Além disso, os candidatos irão apresentar sua própria trajetória, propostas para o próximo quatriênio, além das tradicionais trocas de farpas e caneladas. Mas é um encontro muito importante em respeito ao eleitor que dará a palavra final nas urnas do dia 2 de outubro, e à democracia. Não adianta fugir de debates nem da campanha. A tendência do governador é perder intenções de voto, porque haverá forte concorrência. É melhor encarar o processo e gerenciar as perdas e danos. É o preço da democracia, com ônus e bônus.
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