O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), está preparando mudanças em seu governo, mas não é porque começou um novo ano. Ao contrário. A motivação foi a derrota sofrida no final do ano passado durante a eleição para a Presidência da Câmara de Vereadores. Esse cargo é do Legislativo, mas de grande importância para a governabilidade do Executivo que ele comanda.
O que o levou a derrota? Fuad entrou nessa disputa pra valer, o que foi um erro brutal, e perdeu feio, o que não é bom no campo administrativo, onde precisa da aprovação de seus projetos. Muito menos no campo político, onde precisa se fortalecer o projeto de buscar a reeleição no ano que vem. Por isso, o prefeito agora corre contra o tempo, vai fazer ajustes na área política, na saúde e na comunicação.
Concorrente difícil e não desejado
Para agravar, o eleito foi o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), que assumiu com muito gás e sede de poder. Ninguém duvida de que o protagonismo que ele conquistou já o cacifa ser um pré-candidato a prefeito em 2024. Concorrente difícil e não desejado por Fuad.
Diante disso, 2023 será o ano mais importante para Fuad, suas eventuais realizações administrativas e a recomposição política. Ele tem pressa porque a realidade política mudou desfavoravelmente e precisa buscar, além da governabilidade administrativa, as chances de ser competitivo na sua reeleição.
As mudanças alcançariam, em primeiro lugar, a coordenação política, após a derrota na eleição da Câmara. O atual secretário da área, Josué Valadão está na prefeitura desde 2008, mas teria perdido o rumo na relação com os vereadores. Na Saúde, desde que assumiu, a atual secretária Claudia Navarro tem sido contestada pelo setor e, de lá pra cá, não teria dado respostas convincentes ao desafio. E na Comunicação, o prefeito quer mais agilidade e melhorar a relação com a população e a divulgação de seus eventuais feitos. Segundo alguns vereadores, quase tudo na atual gestão soa como velho e ultrapassado e sem dialogar com os novos tempos.
“Tenho pressa”
Em seu discurso de posse, no primeiro dia do ano, Gabriel Azevedo admitiu que tinha pressa. “Daqui a três meses, completo 37 anos. E com essa mesma idade, Juscelino Kubitschek assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte dizendo que não iria exercer o seu mandato no gabinete. Ele o faria nas ruas. Assim foi. E diante da velocidade com que ele desejava mudar a cara de uma Belo Horizonte, que ainda possuía apenas duzentos mil habitantes, recebeu o apelido de ‘Prefeito Furacão’. Esse é o ritmo que me inspira. Assim também será comigo nessa Presidência da Câmara Municipal. Prometo agilidade. A cidade cansou de esperar”, antecipou Gabriel ao eleger seu trinômio: teto, trabalho e transporte. Ao contrário de Fuad, está com o discurso e a proposta prontos.
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