Com temor dos rumos da economia nacional e do mundo e do baixo desempenho da estadual, o governador Romeu Zema (Novo) admitiu, na quarta (14), que está com grandes dificuldades de pagar o décimo terceiro salário deste ano para os servidores públicos.
Mas deu uma justificativa enviesada ao vincular a “grande dificuldade” ao fato de o Judiciário e o Legislativo terem antecipado a primeira parcela da gratificação natalina a seus servidores. Não chega a ser uma justificativa, mas um constrangimento.
Zema vê dificuldade em pagar o 13º salário deste ano
Embora sejam da administração pública estadual, os três poderes são distintos e com desafios igualmente distintos. Na verdade, é um problema de gestão. Enquanto Zema gerencia o Executivo com 600 mil servidores, o Judiciário e o Legislativo têm 20 mil cada um.
A folha de pagamento do Executivo é de R$ 3 bilhões, valor que é praticamente a metade do orçamento do Judiciário de todo o ano. Resta ao governador duas alternativas, fazer uma reforma administrativa rigorosa e colocar a economia para crescer novamente. Fora daí, não há solução.
Documento aponta baixo desempenho fiscal
Junto com outros dois estados, Minas Gerais é o Estado com a pior nota relativa à condição de pagamento de suas dívidas. Recebeu nota D na avaliação realizada pelo Tesouro Nacional no “Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais” divulgado na terça (13).
Zema adia projetos mais uma vez
Minas está na lista dos 17 Estados proibidos de pegar financiamentos com garantias do governo federal. Não é culpa dele, mas, hoje, é de sua responsabilidade, especialmente por ter conquistado a confiança dos mineiros e o cargo de governador com a promessa de fazer diferente e de se alinhar a Bolsonaro.
Veja aqui o “Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais”
Enquanto espera que a reforma da previdência para estados e municípios seja feita pelo Senado Federal, por meio de PEC paralela, Zema vai adiando a apresentação de seu projeto de regime de recuperação fiscal à Assembleia Legislativa. Esse projeto prevê, entre outras coisas, a venda de estatais e congelamento de reajuste de salários e de promoções.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.