Senado repõe perdas de Bolsonaro para evitar colapso dos municípios Senado repõe perdas de Bolsonaro para evitar colapso dos municípios

Senado repõe perdas de Bolsonaro para evitar colapso dos municípios

Placar do Senado exibe vitória municipalista na aprovação da reposição de perdas, foto Waldemir Barreto/Agência Senado

Ao aprovar o Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/2023, que prevê o repasse de R$5,4 bilhões aos municípios, na quarta (4), o Senado Federal respondeu à pressão dos municípios. A aprovação aconteceu depois que mais de 3 mil prefeitos de todo o Brasil fizeram protesto em Brasília, para assegurar o repasse aos estados e aos municípios pelo prejuízo deixado por Bolsonaro.

O PLP estipula que a União deve compensar a redução das alíquotas do ICMS, que afetou as receitas dos entes federativos, antecipando os valores originalmente programados para 2024. A medida corrige decisão eleitoreira do então presidente Bolsonaro (PL), com a redução do ICMS da cobrança sobre combustíveis no ano passado, de 31% para 17%, no caso de Minas Gerais.

São ações que ajudam as prefeituras a não entrar em colapso financeiro, essa recomposição era fundamental. Mas precisamos continuar na luta, para que a administração pública municipal não sofra em 2024 pelas atitudes do governo federal. Entre elas, citou a criação de novos programas sem ter fonte de custeio”, avisou o presidente da AMM e prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinicius.

Lideranças municipalistas buscam apoio do TCU para suas demandas, foto Ruy Afonso/CNM

Para estados, serão R$ 27 bilhões

Os estados serão também beneficiados, já que o projeto viabiliza a compensação de R$ 27 bilhões da União aos estados e ao Distrito Federal pelas mesmas perdas. Foram 63 votos a favor e apenas 2 contrários, além de 2 abstenções.

O texto prevê ainda transferências ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) para recuperar perdas de 2023 em relação a 2022. O projeto, de iniciativa do Poder Executivo, é resultado de um acordo entre o governo federal e os estados. Vários estados obtiveram liminares no Supremo Tribunal Federal determinando o pagamento de compensações maiores que as previstas na Lei Complementar 194, de 2022. Esse acordo se refere somente às perdas do ICMS na venda de combustíveis de junho a dezembro de 2022.

Com as alterações no texto, cerca de R$ 2,8 bilhões relativos à compensação do ICMS, inicialmente previstos para 2024, serão, agora, repassados aos municípios ainda este ano. Agora, o texto vai à sanção do presidente Lula (PT).

Variação negativa será recompensada

Além disso, o projeto prevê a recomposição da variação negativa nos meses de julho, agosto e setembro deste ano para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), estimada em R$ 2,6 bilhões. Adicionalmente, o texto assegura que, ao final de 2023, caso haja uma queda real em relação a 2022, essa diferença também será compensada.

As perdas ocorridas de julho a setembro no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) serão recompostas pela União. A medida atende à reivindicação da Confederação Nacional de Municípios (CNM), da Associação Mineira de Municípios (AMM) e das entidades estaduais do país.

“Estamos fazendo uma excepcionalidade diante da situação realmente muito difícil dos municípios, atendendo aos prefeitos e às prefeitas, que aguardam a apreciação desse projeto”, afirmou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG). “Quero agradecer a todos os prefeitos e prefeitas de Minas Gerais que saíram de seus municípios para engrandecer o movimento e pressionar o legislativo federal a aprovar ações”, reforçou o presidente da AMM.

Falta de previsão de receita

“Como já havíamos avisado, é um fôlego importante, mas extremamente pontual e emergencial. O que precisamos e queremos é o cumprimento real do pacto federativo, para solucionar uma crise que é estrutural, que cresce há anos com subfinanciamento do governo federal. Aprovam projetos em Brasília que aumentam despesas nos municípios sem previsão de receita, entre outros pontos”, avaliou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

O que diz o projeto

O projeto trata da compensação da União aos demais entes pela redução de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) no ano passado. “Incluindo os 25% do ICMS cabíveis aos municípios”, pontuou.

Diante da situação de crise, estima-se que cerca de R$ 2,73 bilhões da compensação do ICMS com pagamento previsto para 2024 serão antecipados aos municípios neste ano. A CNM atuou para garantir o repasse dos estados aos municípios, estabelecendo que os governos estaduais comprovem mensalmente ao Tesouro Nacional o repasse da parcela devida aos governos municipais.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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