A saída do tucano Custódio Mattos da Secretaria de Governo de Romeu Zema (Novo), anunciada hoje à tarde, não pegou o mundo político de surpresa. O secretário, que tem como tarefa principal a articulação política do governo, especialmente com a Assembleia Legislativa, já havia ameaçado deixar o cargo por pelo menos três vezes.
A exoneração tem algumas explicações. Primeiro, Custódio não conseguiu, como articulador político, costurar uma base sólida para o governador Zema (NOVO) na Assembleia Legislativa. Projetos de grande relevância para o Executivo, como a proposta de privatização da Cemig e Copasa, hoje não seriam aprovados na Casa.
Por parte dos deputados, havia grande insatisfação com a atuação do secretário. O argumento era que ele não se mostrava capaz de convencer o governador Zema de que eram legítimas algumas demandas dos parlamentares como, por exemplo, a indicação de correligionários para cargos políticos no Executivo.
Havia também um grande número de deputados simpáticos ao governo que reclamava que Custódio, que é tucano, privilegiava as reivindicações dos seis deputados do PSDB na Casa.
Mas o secretário também demonstrava insatisfação no cargo. Não teria se adaptado ao novo jeito do governador de fazer política, que considera toda e qualquer negociação com o Legislativo como prática da chamada velha política.
Mas se não houver mais flexibilidade do Executivo na relação com a Assembleia, inclusive para entender que muitas das demandas dos parlamentares não devem ser consideradas como fisiológicas, o futuro secretário (provavelmente o deputado federal Bilac Pinto-DEM) vai enfrentar as mesmas dificuldades.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Excelente análise