Quem ouviu o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, defender o apoio do ex-prefeito Alexandre Kalil, em BH, na terça (4), à reeleição de Fuad Noman deve ter achado coerente. Falsa ilusão de uma manifestação feita quase em tom de cobrança. A provocação mirava o efeito exatamente contrário, confiando no estopim curto do ex-prefeito.
Todos são do mesmo partido, mas Silveira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tentam minar a possibilidade dessa aliança. Mais do que questões pessoais, prevalecem projetos políticos futuros dos três. Muita gente avalia que não há espaço no mesmo partido para Kalil, Pacheco e Silveira nas eleições estaduais de 2026. O ex-prefeito pretende disputar novamente o governo de Minas; o senador também alimenta o sonho e o ministro se colocou na fila atrás apenas de Pacheco.
Silêncio como resposta
O que disse Silveira na entrevista? Que o caminho natural de Kalil, até por coerência, seria apoiar a reeleição a prefeito de seu sucessor e ex-vice. A provocação foi feita um dia antes do encontro que o ex-prefeito teria com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em São Paulo. O silêncio do ex-prefeito é um sinal de que não caiu na conversa, até porque tem ouvido bombeiros dentro do PSD.
Esses bombeiros buscam alargar o horizonte da visão política de Kalil, vacinando-o, por exemplo, das provocações. E mais, que o seu futuro político está mais atrelado ao sucesso eleitoral de Fuad do que qualquer outro concorrente.
Ainda assim, Kalil saiu do encontro com Kassab sem nada declarar. Assessores de confiança de Pacheco trabalham com entusiasmo com outras candidaturas a prefeito.
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