O presidente Lula não viu nada de “grave” nas eleições da Venezuela. O petista transforma a diplomacia do Itamaraty numa zorra sem precedentes – vai ultrapassando a bagunça que foi o Governo Bolsonaro.
A mascarada “neutralidade” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) frente às fraudulentas eleições, domingo (28/07), comandadas pelo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afunda mais a diplomacia do Brasil. Lula é amigo do chavista. O brasileiro é também da cozinha dos demais ditadores do topo do chamado “eixo do mal” que sustentam o chavista: Cuba, Rússia e China.
O ex-chanceler Celso Amorim, outro amigo de Maduro, está em Caracas, a mando de Lula. Em tese, foi “fiscalizar” o tirano. Mas, no fundo, cumpre o ridículo papel manter uma mentirosa “neutralidade” de Lula.
Na tarde desta terça (30/07), o principal papel do ex-ministro brasileiro era correr atrás das “atas” dos votos apurados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE). Ou seja, material elaborado pelo regime venezuelano e que, portanto, não alterará o quadro fraudulento.
Enquanto isso, democracias pelo mundo condenam, desde domingo, os resultados das eleições. As ditaduras, claro, felicitaram Maduro ao se autoproclamar vencedor.
O regime venezuelano reagiu às críticas de governos da América Latina, determinando a expulsão de seus embaixadores. O Brasil, além da tal “neutralidade”, ainda teve agenda de Amorim com Maduro.
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E fica mais evidente que Lula sempre teve um lado na Venezuela: Maduro. Isso foi corroborado quase à meia-noite de segunda (29/07), em Nota da Executiva Nacional PT. Assinada por sua presidente, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-RS), o partido fundado por Lula saúda o venezuelano.
Ao passar recibo para Maduro, o PT obriga Lula também a assinar embaixo. O PT atesta que o tirano do país vizinho se elegeu em ‘jornada pacífica, democrática e soberana’.
Se, numa eventualidade, Lula viesse a discordar, teria, então, de enfrentar a ira de seus “companheiros” . Em outras palavras, declarar que esse não é o PT dele. O mais provável, todavia, é que o chefe do Planalto se curve.
Lula, sem surpresa, deverá, portanto, surfar na bacia dos omissos por mais tempo. Isso, ao menos, até o PT ter uma situação clara nas eleições municipais de outubro.
Mais desgastado no exterior; espaços para oposição interna
O petista, porém, já amarga desgastes e virou um político duplamente frágil. No cenário internacional, ao se afastar das democracias que condenaram de pronto o regime venezuelano.
Internamente, passou a ser um atropelado, na calada da noite, pelo Diretório Nacional do PT, abrindo espaços para opositores. Todavia, é de se supor, que tenha sido avisado da nota, e concordou com o conteúdo.
Enquanto o Governo do PT se omite, os venezuelanos se encorajam. Encaram nas ruas o regime do ditador. A derrubada de estátuas de Hugo Chávez, morto em 2013, é um fato também simbólico. Chávez foi quem iniciou o regime que perdura no país.
14 mortes; Maduro convoca militantes
O jornal La Nacion, de Buenos Aires, informou, às 21h40 (horário de Buenos Aires), que chegava a 14 os número de mortos nos protesto contra Maduro. Destacava que o ditador convocou parte da população simpatizante para defender seu regime nas ruas.
Narcotráfico
Maduro, há mais tempo, foi acusado pelos Estados Unidos de ligações com o narcotráfico.
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