Dono do Grupo MRV (construtora), do Banco Inter e de empresas de comunicação, o empreiteiro Rubens Menin (Rubens Menin Teixeira de Souza) permaneceu omisso por mais e 24 horas diante dos atos de selvageria no jogo Atlético x Flamengo. As agressões foram no final do jogo, domingo (10/11), em Belo Horizonte.
O Flamengo venceu por 1 a 0. O time carioca, portanto, voltou para o Rio com a taça de campeão da Copa Brasil 2024.
Menin, além de bancar a construção do estádio do Clube Atlético Mineiro (CAM), a Arena MRV, tem no portfólio 70% das ações da empresa controladora do CAM. Ele, então, manda e desmanda na Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético Mineiro.
Ao final do jogo, torcedores alvinegros agrediram flamenguistas e jogadores Flamengo. Houve invasão do gramado. Das arquibancadas, atleticanos arremessaram “bombas” e objetos pesados móveis. O repórter-fotográfico Nuremberg José Maia (67) foi ferido, levado para hospital e submetido à cirurgia.
Poder econômico e amizades políticas
Menin figura entre os empresários mais conhecidos no país. É, por exemplo, importante doador financeiro em eleições. Em 2018, contribuiu na campanha do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), em 2018.
Além de banqueiro e empreiteiro (no Brasil e Estados Unidos), Menin é dono da TV CNN Brasil e da Rádio Itatiaia (líder em audiência em Belo Horizonte). Além disso, entre outros negócios, ingressou na produção de vinho, em Portugal.
As suas principais empresas, MRV e Inter, são listadas em Bolsas de Valores.
Menin, desta vez, fugiu dos holofotes
O banqueiro gosta de ficar na frente das câmaras. Faz isso principalmente em partidas nas quais o CAM sai com resultados favoráveis.
Mas, nesta nova demonstração de selvageria dos torcedores do CAM, ele optou por ficar distante. Nas redes sociais, na noite de segunda (11/11), disse “lamentar”. A sua emissora, a Rádio Itatiaia, tratou o ocorrido como “incidentes”.
Seria punido pela Bolsa de Valores
O silêncio de investidor do mercado financeiro e de empresa investida, para fatos relevantes, é punido pela Bolsa de Valores e, no Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Menin, portanto, abandonou uma prática de governança corporativa que ele conhece tão bem.
Os atos de selvageria dos torcedores do Galo foram, portanto, fatos relevantes. Mas, claro, nos Boletins de Ocorrências (BOs) da Polícia Militar e da Polícia Civil.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Obrigado Menin pelo novo patamar que você colocou o Galo! E acho que você tocou no assunto no tempo certo. Sem se precipitar e apurando tudo.
E obrigado ao Zema. Nas administrações do Pimental (PT) e do Anastasia (Psdb na época) os servidores viviam com atraso e parcelamento de salários.
Zema colocou ordem na casa e acabou com os atrasos e parcelamentos.
Bela matéria, Nairo Alméri.
Análise lúcida, serena e isenta sobre a responsabilidade sobre os fatos lamentáveis ocorridos domingo no estádio do Atlético.