Após quatro horas de reunião, com direito a VAR, a executiva nacional do PSDB rejeitou, por 33 a 4, nesta quarta (21), dois pedidos de expulsão do deputado federal mineiro, Aécio Neves. Ambas as representações foram apresentadas pelos diretórios municipal e estadual de São Paulo e eram orquestradas pelo governador paulista, o tucano João Dória.
A decisão impõe derrota a Dória, que se movimenta para ser a principal liderança de um novo PSDB, que, para isso, passaria por uma “faxina ética”. Além disso, o governador paulista sonha pavimentar sua candidatura presidencial para 2022.
PSDB paulista formaliza pedido de expulsão de Aécio
Candidato à reeleição no ano que vem, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), chegou a dar um ultimato: “Aécio ou eu”. Perdeu também.
Prevaleceu o entendimento do relator, deputado Celso Sabino (PSDB/PA), segundo o qual o código de ética tucano só pune quem for condenado na justiça. Aécio é réu no Supremo Tribunal Federal por ter pedido e recebido R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, que ainda o gravou e denunciou.
Na semana passada, Dória havia defendido publicamente a expulsão do mineiro sob o argumento de que ele poderia fazer a própria defesa fora do PSDB. “A meu ver, o deputado Aécio Neves tem todo o direito a formular a sua defesa, confiante na sua inocência, mas pode fazê-lo fora do PSDB”, afirmou Doria após reunião com a bancada tucana na Câmara.
Caso fica arquivado
De acordo com o presidente nacional do PSDB, ex-deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), a decisão encerra os debates sobre a expulsão de Aécio. De acordo com ele, a executiva nacional não analisará novos pedidos de expulsão de Aécio que tenham por base os mesmos fatos apresentados nos dois que foram rejeitados.
“O assunto Aécio Neves, em relação aos fatos apresentados, está encerrado. Mesmo que chegue qualquer nova representação, em relação a esses fatos conhecidos, está arquivado”, afirmou Araújo.
Aécio Neves disse, ao final da reunião, que o partido tomou uma “decisão serena, democrática”. Afirmou ainda que as denúncias de que é alvo serão todas esclarecidas.
“Essa decisão, da forma como foi tomada, com apenas quatro votos contrários [ao parecer], é uma demonstração de que o PSDB quer virar essa página”, disse Aécio.
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