A bagunça brasileira turbinada. Desta vez, pelo ministro Fábio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Causou estragos a bancos com dois dias seguidos de despachos contrários às restrições direcionadas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trump usa a Lei Magnitsky para atingir, principalmente, o ministro Alexandre de Moares. Este é o relator em processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
No parecer de ontem (19/08), Dino proibiu bancos brasileiros de atenderem Trump. O ato virou, entretanto, gota d’água para os estragos nos papéis do setor financeiro no pregão da Bolsa de Valores B3. As principais instituições perderam, em valor de mercado, R$ 41,9 bilhões.
O item principal na pauta do dia na desordem brasileira tem origem no affair sustentado por Trump (Republicano) com Moraes. O ministro comanda o processo da “trama golpista” de 2022. A Suprema Corte deverá ser julgar em setembro.
O republicano do Norte se intrometeu em assunto interno do Brasil, ao assumir a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). O ex-chefe do Planalto é apontado como líder do plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), em 1º de janeiro de 2023.
Panela de pressão de Trump
Trump, na prática, optou por esse baita mexidão. Jogou, então, em mesma panela de pressão restrições diplomáticas e comerciais à instituições e autoridades brasileiras, defesa de Bolsonaro e tarifaço alfandegário internacional.
Mas, reservou um tempero amargo. Aplicou ao comércio do Brasil o maior índice no tarifaço alfandegário global. Os 10% iniciais aos produtos brasileiros saltaram para 50%.
Bolsonaro é bucha
O presidente norte-americano, todavia, tem outros interesses na geopolítica para a parte Norte da Amazônia. Ficou mais evidente ao se virar com manobra militar contra a Venezuela.
Bolsonaro é, pois, sua bucha de canhão. Ou seja, tem prazo de validade no jogo de interesses dos EUA.
Lula mergulhou STF em pauta pessoal
A sofrível diplomacia do Governo Lula imposta ao Itamaraty agravou o cenário. Lula segue a reboque da ideologia do Partido dos Trabalhadores (PT). E joga, em tudo, com a obsessão pela disputa, em 2026, de mais um mandato. Nisso, dá tom populista sem fronteiras, deixando de governar para o país.
No tarifaço, Lula não seguiu a diplomacia do resto do mundo, que abriu negociações diretas com os EUA. Preferiu, portanto, até aqui, atirar pedras e tentar, assim, reverter a impopularidade.
Mas, acabou, mordendo a isca de Trump com boca de baleia. E arrastou o STF para essa embolada populista, dele e de Trump.
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A bagunça, portanto, subiu. Deu no que deu, ontem (19), no mercado acionário.
Manchete do Estadão traduziu o clima: “Bancos brasileiros derretem na Bolsa e perdem R$ 41,9 bi em valor em valor de mercado com tensão Magnitsky”.
Dino não reconhece a Lei Magnitsky
Moraes, por decisão de Trump, é o principal alvo da Magnitsky. O ministro prepara o julgamento de Bolsonaro, generais e outros implicados na “trama golpista”.
A Lei permite ao Governo dos EUA aplicar sanções econômicas. Mira, mas sob a ótica política de lá, agentes que dificultem denúncias de atos de corrupção, age contra liberdade de expressão e eleições democráticas.
Num todo, de momento, o chefe da Casa Branca não considera democrático o Governo Lula.
O STF, via Dino (ex-ministro da Justiça do Governo Lula 3), deu o tom da desobediência à lei dos EUA. O ministro colocou o STF acima da Magnitsky nas questões brasileiras.
Atingiu o BB, braço do populismo de Lula
Os despachos de Dino trouxeram temor aos grandes bancos, de entrarem no olho furacão das restrições de Washington. Enxergam riscos de perdas volumosas nos lucros em suas operações internacionais – investimentos, créditos em contratos comerciais etc.
A maior vítima, ontem, na B3, por ironia, foi exatamente um braço financeiro populista do Lula: o Banco do Brasil. O banco, empresa estatal federal, perdeu 6,02% (Folha).
Agiu por vaidade
Dino, então, exagera ao se posicionar idelogicamente, como líder da bancada do Governo Lula (do PT) no Supremo. Ele abre tormentas, como essa na B3 e, por consequência, bateu no cais da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
Título de matéria da Folha, diante do estrago na Bolsa, ilustrou o clima: “Bancos temem escalada de tensões entre EUA e STF”.
Por vaidade e para agradar ao ex-chefe, Dino assumiu uma decisão monocrática contra Trump. O estrago, talvez, fosse menor, se tivesse passado (com bom senso) pelo Pleno do STF.
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