Dentro do governo estadual já é assim. Agora, o vice-governador de Minas e pré-candidato a governador, Mateus Simões (ainda no Novo), já fala como quem quer dá as regras no PSD do concorrente e senador, Rodrigo Pacheco. Como diria o ex-jogador Romário, da Seleção, e atual senador pelo Rio, “ele chegou agora e já quer sentar na janela”, referindo-se a quem quer ter privilégios ou chega por último e quer o melhor lugar.
Falta de habilidade e ou de humildade se misturam a sintomas de ansiedade e pressa por desfechos que envolvem vários atores. Simões precisa do PSD para viabilizar sua futura candidatura a governador e já apresenta condições para filiar-se ao partido. Uma delas é o senador que lá está, desde 2021, e figura como pré-candidato a governador a desistir da candidatura. Simões poderia filiar-se, mas aí teria que disputar a convenção para ser candidato a governador. As chances seriam pequenas, porque o rival Rodrigo tem mais delegados.
Por isso, Simões disse que, no PSD, não caberia ele e Pacheco juntos. Sem definir seu futuro político, o senador paralisou o processo, principalmente, depois que divulgou nota criticando as conversações do próprio partido. Segundo ele, o PSD não deveria discutir alianças com políticos de extrema direita, referindo-se a Simões. Fora daí, Pacheco age como quem ignora que as conversas do PSD, em nível estadual e nacional, com Simões estariam bem avançadas.
Tendo o maior número de prefeitos mineiros, maior bancada na Assembleia Legislativa, quatro deputados federais, um senador e um ministro, o PSD de Gilberto Kassab (presidente nacional) está confuso e tem pressa de chegar ao poder. Refém da polarização, a ala estadual quer chegar pelo lado da direita; outra, pela esquerda, com apoio do presidente Lula (PT).
Marília receia plano C
A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), não esconde a torcida pela futura candidatura a governador de Rodrigo Pacheco. Como Lula, o considera muito preparado para a missão. Se não der certo, defende um plano B, com a aproximação de seu partido com o ex-prefeito de BH Alexandre Kalil, que já foi candidato a governador, em 2022, como apoio de Lula e dos petistas. O que ela menos deseja, e até receia, é ser o plano C. Se os dois primeiros planos não derem certos, Lula poderá apelar para que ela seja o palanque dele em Minas.
Propag: contagem regressiva
A Assembleia Legislativa de Minas tem, a partir de hoje, 32 dias para definir o futuro do Propag, o novo programa de pagamento da dívida de Minas e dos estados. Dia 31 de outubro é o prazo final de adesão por meio da apresentação dos patrimônios a serem federalizados (repassados ao governo federal). Estão na pauta legislativa, em comissões de hoje, o projeto que federaliza a MGI e o que federaliza mais de 300 imóveis estaduais. Essa lista deverá promover uma corrida pelos corredores do Legislativo pela retirada de imóveis.
Quem dá mais?
Estão na lista de imóveis dispensados pelo governo mineiro, o Palácio das Artes, o Colégio Estadual Central, o Hospital Risoleta Neves, a Cidade Administrativa e outros 56 imóveis em BH. No interior, são 280. O Palácio da Liberdade só não entrou na lista porque é tombado, razão pela qual o governador Zema quer alugar a sede histórica do governo mineiro, como já faz no Palácio das Mangabeiros, residência oficial de governador, onde acontecem hoje festas de arromba. O Instituto Histórico e Geográfico de Minas está preocupado com a possibilidade de acontecer o mesmo com o vetusto Liberdade.
Efeitos da venda da Copasa
A oposição está determinada a obstruir a votação sobre o futuro da Copasa no plenário da Assembleia Legislativa. Estudo feito pelo deputado Professor Cleiton (PV) adverte sobre três efeitos da privatização. Primeiro, há possibilidade de o governo Zema receber autorização para usar o dinheiro arrecadado com a venda da empresa na própria empresa, favorecendo quem a comprar. O segundo, o projeto autoriza o imediato aumento de tarifa de água e esgoto diante da exigência legal de investir no saneamento. Por último, a privatização impõe a renegociação dos contratos com as 640 prefeituras.
Pimentel: absolvido pela 12ª vez
Em uma mesma semana, o ex-governador Fernando Pimentel (PT), foi absolvido em dois processos nos quais era acusado por improbidade administrativa. Na primeira, a juíza estadual Mônica Silveira considerou improcedentes os pedidos iniciais. A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, pelo arquivamento de um processo por improbidade administrativa contra Pimentel. Com essas, ele já acumula doze absolvições ou arquivamentos de processos desde que deixou o governo estadual em 2018.
UFMG homenageia Conceição Evaristo
A escritora e ativista da cultura negra Conceição Evaristo receberá, nesta segunda (29), o título de Doutora Honoris Causa da UFMG. A iniciativa da homenagem partiu da Faculdade de Letras da UFMG. “É um momento em que o passado e o presente se confluem, porque eu me vejo menina, eu me vejo jovem, eu me vejo com todos os sonhos que eu tive em Belo Horizonte, de onde eu tive que sair para poder fazer a minha carreira profissional. Agradeço à vida e tenho certeza de que a literatura me escolheu, assim como a UFMG está me escolhendo agora para me conferir esse título”, celebrou Conceição Evaristo.
Soberania e democracia
Acontece no próximo dia 2, o Seminário Soberania Nacional, Democracia e Educação. A iniciativa é da UFMG e do mandato do Deputado Patrus Ananias. O evento visa fortalecer a Democracia, para mobilizar a comunidade universitária e a sociedade no combate à desinformação, no letramento digital e na análise dos processos eleitorais.
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