AMM faz ato contra PEC de Bolsonaro que risca do mapa município pobre AMM faz ato contra PEC de Bolsonaro que risca do mapa município pobre

AMM faz ato contra PEC de Bolsonaro que risca do mapa município pobre

Julvan Lacerda, presidente da AMM, faz a defesa dos municípios em nome dos prefeitos, foto Flávia Bernardo/ALMG

Nesta terça (26), a Associação Mineira dos Municípios (AMM) faz protesto contra a proposta do governo Bolsonaro de acabar com os municípios pobres. Em todo o país, 1.253 municípios estão ameaçados; em Minas, são 231, de acordo com estimativas do IBGE de 2019.

O ato vai acontecer às 9 horas, na sede do Conselho Regional de Engenharia e Administração (Crea-MG), em Belo Horizonte. Contra a proposta, centenas de prefeitos e vereadores confirmaram a participação. A mobilização é uma iniciativa da AMM em parceria com a Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Dois critérios para escolher os mais pobres

Em nome do pacto federativo, que deveria redefinir o repasse de verbas que dos municípios, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) optou por riscá-los do mapa. A proposta de emenda constitucional (PEC) adotou dois critérios para a extinção. O demográfico, quer extinguir municípios com menos de cinco mil habitantes. E o econômico, cidades com arrecadação própria menor que 10% da receita total.

Se aprovada a PEC, esses municípios voltariam à condição de distritos a partir de 2025. “Isso é proposta de banqueiro. Se o município não dá lucro, fecha”. A crítica é do presidente da Comissão de Fiscalização Financeira da Assembleia Legislativa, deputado Hely Tarqüineo (PV).

Parlamentares foram convidados

Foram convidados também deputados estaduais e federais e os três senadores mineiros: Antonio Anastasia (PSDB), Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PSD). A convocação foi dirigida aos municípios mineiros com menos de 5 mil habitantes, mas prefeitos de municípios maiores, contrários a essa proposta, também estarão presentes.

“Tem município pobre que é melhor gerenciado que o governo federal”

Para o presidente da AMM, vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e prefeito de Moema, Julvan Lacerda, trata-se de proposta inviável. “A intenção principal é desviar o foco dos graves problemas enfrentados pelo Governo Federal. Primeiramente, os municípios deveriam ter sido ouvidos. As entidades municipalistas deveriam ser consultadas. É uma mudança drástica vindo de cima para baixo. Tem município com menos de três mil habitantes muito mais bem gerido do que o próprio Governo federal”, disse Julvan Lacerda.

O governo enxerga na PEC uma alternativa para ajustar contas públicas da União, estados e municípios, mas as localidades atingidas e a AMM defendem que a proposta pode prejudicar a população que vive nos pequenos municípios, além de ser uma decisão tomada arbitrariamente e sem consulta aos atingidos.

Ato nacional será no dia 3 de dezembro

A CNM também convocou ato nacional, em Brasília, para o dia 3 de dezembro. Nos estados, o encontro já ocorreu em São Paulo, no dia 19 de novembro. No dia seguinte, 20, foi a vez do Paraná receber a mobilização. Goiás realizou no dia 22. Além de Minas, o Rio Grande do Sul também faz seu protesto nesta terça.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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