Contra calote do estado, Assembleia cria regra de bloqueio para municípios Contra calote do estado, Assembleia cria regra de bloqueio para municípios

Contra calote do Estado, Assembleia cria regra de bloqueio para municípios

  • por | publicado: 19/12/2019 - 21:45 | atualizado: 20/12/2019 - 11:26

Hely Tarqüínio (PV) busca apoio de Gil Pereira (PP) e de Gustavo Valadares (PSDB), foto Guilherme Dardanhan/ALMG

Os deputados estaduais aprovaram dispositivo que dará mais garantia a municípios que anteciparem créditos com o estado junto a bancos. Desde que a Assembleia Legislativa aprovou esse recurso, em agosto passado, prefeitos encontraram dificuldades para vender a dívida do Estado. Com medo de calote do governo estadual, as instituições financeiras estavam cobrando ágio de 40% dos municípios, o que inviabilizava a operação.

Diante disso, deputados aperfeiçoaram a lei incluindo essa amarra para impedir calote. A solução permite o bloqueio das contas do próprio governo mineiro quando houver atraso nas parcelas do empréstimo. A extrema medida poderá ser tomada após 30 dias de retenção, mediante acionamento do Poder Judiciário.

Ágio cairá de 40% para 15%

Com isso, o deputado Hely Tarquínio (PV), autor da proposta, aposta que o ágio a ser cobrado pelos bancos deverá cair para 15%. O percentual é o mesmo que as instituições financeiras cobram do estado quando fazem operações de empréstimos.

Como já informado, os municípios, por meio da Associação Mineira dos Municípios (AMM), fizeram acordo para receber a dívida estadual. Em junho passado, o acordo foi mediado pelo Judiciário mineiro de modo a eliminar mais de 600 ações contra o estado.

Foi pactuada a devolução em 33 parcelas da dívida de cerca de R$ 7 bilhões retidos pelo governo mineiro, referentes aos repasses obrigatórios aos municípios. Desse valor, R$ 6 bilhões foram herdados do governo anterior, de Fernando Pimentel (PT), e o outro R$ 1 bilhão foi retido pelo governo atual, de Romeu Zema (Novo). Os repasses são relacionados aos impostos ICMS e IPVA.

Reforço chega em ano eleitoral

Em dificuldades financeiras, os prefeitos buscarão antecipar rapidamente os créditos já que entram, em 2020, no último ano de mandato. Portanto, ano eleitoral no qual a gestão deles poderá ameaçar a reeleição dos próprios prefeitos ou eleição de seus aliados.

Estado pode pagar com imóvel

Em outra iniciativa, a Assembleia Legislativa aprovou projeto de Lei (PL 1.069/19), que autoriza o estado a oferecer imóveis para quitar, total ou parcialmente, dívidas com os municípios mineiros. A modalidade dessa operação é conhecida como dação em pagamento.

Municípios mineiros terão repasse automático do IPVA e ICMS

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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