Marco Aurélio será relator da ação contra censura ao GGN no STF Marco Aurélio será relator da ação contra censura ao GGN no STF

Marco Aurélio será relator da ação contra censura ao GGN no STF

  • por | publicado: 02/09/2020 - 06:33 | atualizado: 01/09/2020 - 22:59

Ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, foto Nelson Jr./SCO/STF

Por meio do advogado Cláudio Pereira de Souza Neto, o site GGN deu entrada em uma reclamação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) visando reverter a decisão do juiz Leonardo G. F. Chaves, que o obrigou a despublicar 11 reportagens sobre o banco BTG Pactual.

Já foi sorteado o relator Marco Aurélio de Mello. A Associação Brasileira de Imprensa e outras instituições estão entrando como litisconsorte.

Quando o então ministro Ayres Brito apresentou a proposta de revogar a Lei da Imprensa, Mello foi o único ministro a alertar que o fim da Lei, sem colocar nada no lugar, provocaria uma enorme confusão nos julgamentos de temas envolvendo a imprensa.

Censura veio do Rio

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o GGN “retire do ar” uma série de reportagens e artigos exclusivos, assinados por Luis Nassif e pela repórter Patrícia Faermann, sobre o banco BTG Pactual. Segundo a decisão, o trabalho da imprensa não pode “causar danos à imagem de quem quer que seja”.

O juiz escreveu ainda que o site “transbordou os limites da liberdade de expressão”. Sem entrar no mérito das informações levantadas pelo GGN, a decisão aponta que o conteúdo deve ser removido do site porque pode causar prejuízo financeiro aos acionistas do banco.

LEIA AQUI MATÉRIAS QUE FORAM CENSURADAS

PT repudia censura ao site

A bancada do PT na Câmara emitiu nota repudiando a censura imposta ao GGN pela Justiça do Rio de Janeiro. “As denúncias, assinadas pelos jornalistas Patricia Faermann e Luís Nassif, em vez de serem censuradas deviam ser investigadas, já que pairam suspeitas de malversação de recursos públicos e direcionamento de licitação”, escreveram os deputados.

Leia a nota na íntegra:

“A Bancada do PT na Câmara repudia a censura imposta ao Jornal GGN pelo juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro. A decisão de retirar do site 11 reportagens exclusivas sobre negócios envolvendo o banco BTG Pactual, fundado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, afronta diretamente a liberdade de imprensa e o direito da população de ser informada.

As denúncias, assinadas pelos jornalistas Patricia Faermann e Luís Nassif, em vez de serem censuradas deviam ser investigadas, já que pairam suspeitas de malversação de recursos públicos e direcionamento de licitação. O BTG, em lugar de pedir censura devia explicar à sociedade brasileira seus controversos negócios, como a compra de créditos do Banco do Brasil de R$ 2,9 bilhões por R$ 371 milhões.

“Ataque à liberdade de imprensa”

A censura decretada pelo juiz Grandmasson ataca diretamente a liberdade de imprensa, direito garantido pela Constituição Federal em seu artigo 5: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. O episódio insere-se na escalada do autoritarismo no país, com clara ameaça à liberdade de imprensa e dos jornalistas.

A Bancada repudia qualquer tipo de censura e defende que a decisão arbitrária do juiz seja imediatamente revogada. O direito à informação é essencial numa sociedade democrática e plural”.

(*) Com informações do site GGN

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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