Com um caixa robusto, o Nubank voltou ao centro da persistente notícia de compra da corretora Easynvest. Desde junho, coincidindo com a captação de US$ 300 milhões, a instituição fundada por David Vélez aparece no bloco dos compradores no mercado financeiro. Todavia, esse status ganhou maior espaço com a divulgação de um caixa disponível para confrontar oportunidades acima de R$ 7 bilhões.
Nubank é uma fintech. Ou seja, startup financeira – inova e facilita os serviços no sistema financeiro. No final do 1S20, tinha 26 milhões de clientes, que seria o mais que o dobro do final do 1S19. As receitas de intermediação financeira, de R$ 2,079 bilhões, foram o dobro do 1S19 (R$ 1,018 bilhão). Porém, fechou com prejuízo líquido de R$ 95 milhões, mas inferior 32% ao 1S19.
Nubank nega. Mas…
Na quarta (02/09), a revista Veja voltou ao tema envolvendo a Easynvest. Questionado, por meio de nota, Nubank negou. Mas, deu resposta evasiva. “Neste momento não temos nenhuma aquisição para comentar ou confirmar”, diz a segunda metade da nota, publicada por diversos veículos nesta quinta (03/09). Não querer “comentar ou confirmar” não significa, porém, inexistência de tratativas, com a Easynvest ou outra empresa. A revista aventou a hipótese de “troca” de ações entre as companhias.
Mas, o primeiro parágrafo deixa janela aberta à pauta da especulação. “O Nubank sempre analisando oportunidades de aquisições para continuar reinventando os serviços financeiros e oferecendo soluções práticas e convenientes aos nossos clientes”. Portanto, a empresa de David Vélez nega. Mas, sem se preocupar se convencerá ou não nessa questão.
Invadindo área dos grandes
Verdade é que Nubank precisa ficar maior. Mais bem estruturado. Sem isso, será engolido. Mas, se confirmada a encampação da Easynvest, a interpretação é a de uma investida “agressiva” sobre na área de investimentos. Este nicho é território tradicional dos maiores grupos bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander), Banco do Brasil, BTG Pactual e outros.
E seria, também, marcar território com a XP Investimentos, que acaba de informar sobre oferta de cartão de crédito próprio.
41 mil novos clientes/dia
O banco de Vélez exibe no balanço do 1S20 caixa contábil de R$ 19,9 bilhões – quase 50% do apresentado em 31 de dezembro de 2019. No crescimento de 11 milhões (1S19) para 26 milhões, o Nubank ganhou, em média, 41 mil novos clientes ao dia. No final de maio, pelo critério do número de clientes, do Banco Central, o banco de Vélez era o 6º, incluindo instituições estatais e privadas:
- – Bradesco – 99,5 milhões
- – Caixa – 96,3 milhões
- – Itaú Unibanco – 82,4 milhões
- – Banco do Brasil – 66 milhões
- – Santander – 48,7 milhões
- – Nubank – 25 milhões
Nubank é o Nº 1
Fundado em 2013, em São Paulo, o Nubank é o maior banco digital independente do do Brasil.
Juntamente com David Vélez (David Vélez Vagner S. Teves Jr), são fundadores do banco Edward Wible e Cristina Junqueira. O CEO da instituição é imigrante, nascido na Colômbia. Estudou na Universidade de Stanford (Engenharia e Finanças), nos EUA. Chegou ao Brasil, em 2011, como executivo no setor financeiro, na Sequoia, que opera com carteira de capital de risco.
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