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AQB obtém negativa de OGM para tilápia com filé maior

  • por | publicado: 30/08/2019 - 19:33

AquaBountry Technologies (AQB), que ainda não se manifestou sobre o negócio com tilápias pelo método TIMP, destaca em sua página as vantagens do salmão OGM na pegada de carbono. Os importados da Noruega e do Chile, por viajarem milhares de quilômetros, têm pegada de carbono 23 a 25 vezes maior que o seu pescado - Foto: Divulgação /AquBountry Technologies

A AquaBounty Technologies (AQB), dos Estados Unidos, obteve resposta negativa da CTNBio para transgenia (OGM) no método de criação de tilápia por “adição genética“, que dá “maior rendimento de filé”. No Brasil, a AQB tem, desde 2015, estação experimental para salmão transgênico AquAdvantage ®, mas com comercialização ainda não.

Na Carta Consulta à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em abril, a AQB questiona “sobre TIMP – Técnica Inovadora de Melhoramento de Precisão, para o desenvolvimento de tilápia (FLT 01) com um fenótipo de maior rendimento de filé, desenvolvido através da edição genética”. Datado do dia 8, mas valendo a partir desta sexta (30), o Parecer Técnico 6.527/2019, assinado pela presidente daquela Comissão, Maria Sueli Soares Felipe, esclarece: “a CTNBio concluiu que o organismo Tilápia linhagem FLT01 NÃO é um OGM, de acordo com as definições legais e, sim, proveniente de TIMP. A CTNBio esclarece que este extrato não exime a requerente do cumprimento das demais legislações vigentes no país, aplicáveis ao objeto do requerimento”.

Salmão brasileiro da AQB sairá de Minas Gerais

A AQB é conhecida no mercado mundial pelo tipo de salmão que engorda e comercializa. A empresa adicionou à espécie do Atlântico o hormônio do chinook, do Pacífico, e um gene de uma enguia marinha. Entre as vantagens econômicas do salmão OMG (com organismo geneticamente modificado), criado em cativeiro, sobre o selvagem, estão: consumo de ração 25% a menos, crescimento duas vezes mais rápido e obtenção de peso comercial em até 18 meses, contra 30 meses para o salmão do Atlântico.

Depois de 10 anos de pesquisa, em 2015, AQB obteve autorização da FDA (agência reguladora de alimentos – a Anvisa norte-americana) para comercialização do salmão transgênico AquAdvantage® no mercado dos EUA. A empresa tem ações do capital negociadas na bolsa de tecnologia Nasdaq (as AQB eram negociadas, hoje (30), ao preço médio de US$ 2,0).

No Brasil, a AQD tem fazenda experimental (“ensaios científicos em tanques”) na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Possui pesquisas também na Argentina. Tudo que sai da estação precisa ser controlado, a fim de evitar contaminação do solo e riscos genéticos às espécies de peixes selvagens.

As atuais “fábricas” (produção em tanques regulados) da AQB estão Albany (Massachusetts), nos EUA, e Rollo Bay, no Canadá. Somam capacidade para 1.500 toneladas anuais.

De acordo com a Cientific American Brasil, a primeira venda da AQB no Canadá, 4 em agosto de 2017, demorou 25 anos de tratativas. O embarque pioneiro foi de 4,5 toneladas, ao preço de mercado de US$ 11,70 por quilograma.

Mercado do pescado cresce 4,5%

O Brasil importa, anualmente, 54 mil toneladas de salmão não OGM do Chile. A meta da AQB é obter autorização da Anvisa para comercialização ainda neste ano.

Puxada exatamente pela tilápia, objeto da consulta da AQB à CTNBio, o segmento piscicultura brasileira produziu 722.560 toneladas em 2018, crescimento de 4,5% em relação a 2017. De acordo com “Anuário Brasileiro da Piscicultura 2019”, a Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), a receita evoluiu em mesmo percentual, para R$ 5,067 bilhões. Em tilápias foram 400.280 t, mais 11,9%. Os maiores produtores foram o Paraná (123 mil t), São Paulo (69.500 t) e Santa Catarina (33.800 t).

Na contramão dessa escala, o pescado de peixes “nativos” brasileiros, em 2018, de 287.910 t, apresentou retração de 4,7%.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Paulo Andrade

A CTNBio não negou nada, só disse que a tilápia não será considerada transgênica e não precisa ser regulada pela CTNBio. Mas continua precisando de registro no Ministério da Agricultura