A BlackRock, Inc., maior gestora de recursos do mundo, informa que investidores administrados alienaram ações preferenciais da Bradespar S.A., passando a deter 9,99% dessas ações. Na posição à B3 (Brasil. Bolsa. Balcão), de terça (28/12), a participação no capital total era, portanto, de 6,48%.
Com sede em Nova York (EUA), a empresa administra portfólio com patrimônio superior a US$ 8 trilhões.
Bradespar só vai no filé do mercado
Fundada pelo Bradesco, “a prioridade da Bradespar é a participação em empresas líderes de segmentos maduros da economia, que apresentem taxas de retorno consistentes e de longo prazo”. Fiel ao enunciado, portanto, a empresa do 2º maior banco privado do país tem carteira apenas com ações do capital social da Vale S/A. Na mineradora, detém 6,01%% (3T21) do capital votante (e total).
A Bradespar surgiu para ingressar na Valepar, que reunia acordo de acionista no controle a da mineradora. O acordo caducou em 2020, ou seja, deixou o bloco de controle na Vale.
O grupo controlador da Bradespar (três empresas de participações ligadas ao Bradesco e a Fundação Bradesco) detém 77,86 das ações ordinárias, e apenas 1,12% das preferenciais. Ou seja, controla 28,06% do capital total.
BlackRock fatura US$ 16 bi anuais
Presente em 38 países (16 mil funcionários), a BlackRock fatura R$ 16 bilhões anuais. A carteira tem maioria de clientes institucionais – governos, fundos de pensão, fundos soberanos. Entre esses figuram Apple, ExxonMobil e maiores bancos dos EUA. Os fundos de índices (ETF, na sigla em inglês) são os principais produtos da gestora. No Brasil, conforme divulgação institucional, “tem ETF que replicam o Ibovespa, o índice de Small Caps, além do S&P500”.
Sobre as alterações dos investidores que representa no capital da Bradespar, a BlackRock assegurou à B3 que o movimento está restrito à operação de investimento. E que, portanto, “não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da companhia”.
Gestora aponta divisor, em 2022, e riscos
O comunicado, entretanto, não faz referência à sua perspectiva global de 2022. Mas, em sua página, BlacRock trata o próximo como grande divisor. “Estamos entrando em um novo regime de mercado, diferente de qualquer um no século passado: Vemos mais um ano de retorno de capital positivo associado a um ano de baixa para os títulos. Mas diminuímos nossa tomada de riscos, devido à grande variedade de resultados potenciais em 2022”.
Nesse sentido, avança por questões como inflação crescente no planeta e as posturas dos Bancos Centrais na gestão das taxas de juros e os riscos. “Preferimos ações em relação à renda fixa e títulos vinculados à inflação”.
A BlacRock avalia o cenário com um cruzamento de variantes (retomada da economia, novas cepas da Covid-19 e a inflação alimentada nas posturas dos BCs). Aponta a existência de “riscos” negativo e positivo. E que, portanto, optou por “reduzir risco em meio a uma gama ampla de resultados”.
Evitar mercados emergentes, recomenda BlacRock
Por fim, no sumário das perspectivas para 20222, deixa recaso claro ao tratar questões ambientais:
“Navegando no net zero – A jornada para o mundo net-zero até 2050 está acontecendo agora, e faz parte da história da inflação. Vemos que uma transição tranquila é o resultado menos inflacionário, mas isto ainda equivale a um choque de oferta que se manifesta ao longo de décadas. Implicação: Preferimos ações de mercados desenvolvidos (DM) em vez de mercados emergentes (EM)” (sic).
Vale traduz expectativas da Bradespar
O valor de mercado da Bradespar estava em R$ 22,4 bilhões, no final de setembro. O patrimônio líquido, por sua vez, somava R$ 14,546 bilhões, sendo R$ 5,760 bilhões representados pelo capital social.
A receita operacional (equivalência patrimonial) atingiu R$ 5,159 bilhões no levantamento para 9M21, ou seja, cinco vezes acima do R$ 1,238 bilhão no 9M20. O resultado operacional, de R$ 5,118 bilhões, seguiu mesmo desempenho frente ao R$ 1,203 bilhão no período equivalente de 2020.
Portanto, investir na Vale, vale!
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