BTG Pactual pagou R$ 2,7 bi pelo Banco Nacional - Além do Fato BTG Pactual pagou R$ 2,7 bi pelo Banco Nacional - Além do Fato

BTG Pactual pagou R$ 2,7 bi pelo Banco Nacional

  • por | publicado: 11/02/2025 - 14:22

Fachada de uma antiga agência do Nacional, comprado pelo banco de André Esteves - Crédito: Reprodução/Facebook

O Banco BTG Pactual assumiu o Banco Nacional por R$ 2,725 bilhões (R$ 2.725.207.419,27). A compra se deu via oferta pública unificada a dois controladores de 96,88% das ações do capital votante (ordinárias) e 87,63% do capital total (incluindo as preferenciais). O Nacional estava em liquidação extrajudicial pelo Banco Central de 1995 a 2014.

O valor da transação e os principais indicadores econômicos do Nacional aparecem no Edital, de 04/02, de oferta de compra das ações em poder dos minoritários. O edital foi apresentado nesta terça (11/02) pela Bolsa de Valores B3.

A transação envolvendo aquele foi a maior instituição financeira privada do país se arrastou desde 2014. Foi concluída, portanto, ao final de uma década. O segundo e definitivo contrato de opção de compra e venda foi celebrado pelo BTG em 1º de novembro de 2023. Mas seguia a pendência do levantamento da liquidação. Para tal, os acionistas do Nacional fizeram aumento de capital de R$ 1,529 bilhão. Assim, então, foi sacramentado em Ato do Presidente em 14 de agosto passado.

A alienação, por consequência, ganhou consistência no dia seguinte. Em 05 de setembro, então, o BC reconheceu o BTG como “acionista controlador” do Nacional.

Nacional saiu da NAC e da CEBEPE

O BTG adquiriu 100% das ações pertencentes à NAC – Administração e Participações Ltda e à Empresa Brasileira de Participações CEBEPE Ltda. Os controladores do Nacional venderam 59.247.410.432 ações ordinárias (com direito a voto) e 39.378.239.092 preferenciais.

Todavia, por determinação do artigo 254-A da Lei das S.A. e do artigo 33 da Resolução CVM 85, o BTG fica obrigado a realizar oferta aos minoritários. Ao “preço no mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do preço pago pelas ações das Alienantes do Controle”, informa o Edital.

O leilão da oferta pública de compra das ações em circulação, portanto, será no dia 06 de março, às 15h, na B3. A oferta, aprovada em 27 de janeiro pela CVM, é para 9.989.338.879 ações – 806.570.831 ordinárias e 9.182.768.048 preferenciais.

BTG não quer a marca, mas os créditos

À época da celebração do acordo, em 2023, a notícia repetida no setor financeiro foi que o BTG não tinha interesse pela marca do Nacional. O banco de André Esteves estava de olho nos ativos. E lá estão, por exemplo, a carteira créditos tributários e do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS).

A transação envolveu uma “contra gráfica” com saldo de R$ 4,4 bilhões (R$ 4.394.464.856,03). A referida conta é o extrato contábil de todos os valores envolvidos na operação e serve de base para apurar e corrigir impostos.

Ativos de R$ 16,2 bilhões e boa liquidez

O “Balanço de Fechamento”, com validade das contas do encerramento da liquidação, foi datado de 14 de agosto. Em 02 de setembro, com base nas informações financeiras de 31 de julho, a empresa contratada pelo BTG apresentou o laudo de avaliação. Apontou um patrimônio líquido máximo do Nacional como sendo de R$ 6,310 bilhões (R$ 6.310.348.233.290,01).

Em 30 de junho de 2024, o balanço semestral apontou ativos circulante e de longo prazo R$ 16,202 bilhões. Nas rubricas dos passivos R$ 9,901 bilhões. A relação ativo/passivo espelhavam uma liquidez geral de 1,64, ou seja, para cada R$ 1,00 de exigibilidade, tinha R$ 1,64 de realização.

Naquele balanço, o capital circulante era de R$ 6,195 bilhões.

Dono do Nacional liderou o golpe militar de 1964

O Nacional pertenceu à família de Magalhães Pinto, ex-governador de Minas Gerais. O político foi um dos líderes civis do golpe militar de 1964, que implantou 21 anos de ditadura no país. Com apoio dos militares, então, o banco subiu no ranking do setor.

Nacional foi fundado em 1934.

Ao sofrer a intervenção administrativa do BC, por perda patrimonial, em 18 de setembro de 1995, estava ainda entre10 maiores bancos comerciais. Operava uma rede 335 agencias (sendo 3 no exterior: Nova Iorque, Miami e Nassau) e 366 postos de atendimento instalados em empresas clientes. Empregava ao redor de 13 mil pessoas.

A liquidação extrajudicial ocorreu em 13 de novembro de 1996.

Leia a íntegra do Edital de oferta aos minoritários do Nacional

  • Título original: BTG pagou R$ 2,7 bi pelo Banco Nacional

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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