A ministra Marina Silva (deputada federal Rede-SP) nunca foi ministra de Meio Ambiente de coragem. Ocupa uma pasta atropelada diariamente no próprio Governo. Ela repete a personagem dos governos Lula-1 e Lula-2. O apego ao poder, portanto, a faz servir sem receios aos projetos pessoais do chefe, que não são pelo país nem pela Amazônia.
Por ser subserviente, é, então, tão culpada quanto Lula pela destruição em todos os biomas do Brasil. Permitem que empresas e investidores em negócios selvagens do agribusiness (agricultura e lavoura), mineração, garimpos e madeireiros destruam o ambiente por todo o país.
De mãos com deputados e senadores, então, descaracterizam a legislação em nome das tramas políticas diurnas e noturnas.
Bilhões da virada no Centro-Oeste, em 2006
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) repete, em 2025, aquilo que fez em 2006. Com a reeleição ameaçada, no segundo turno, abriu os cofres do Tesouro.
No maior negócio eleitoreiro, na época, entregou R$ 2 bilhões em projetos aos políticos do Centro-Oeste, comandados por Blairo Maggi, então maior plantador de soja do mundo. Além disso, retirou do caminho leis e portarias de proteção da Amazônia, Pantanal, Cerrado etc. Virou a derrota do primeiro turno.
Dois anos depois (13 de maio de 2008), na liquidação dos compromissos de campanha (liberar a Amazônia para soja e pecuária), o petista demitiu Marina Silva. Pressionada por ambientalistas, ela tentou sair fora do script do PT.
Marina Silva de 2024 e o seu fantasma de 2008
Amazônia virou moeda para Alcolumbre
Nestes tempos de impopularidade elevada e corrida cega por 2026, Lula serve a Amazônia em badeja de prata em negociatas com o Congresso. Fará de tudo para a Petrobras explorar petróleo na Amazônia Equatorial.
Esse é o compromisso do petista com o presidente do Senador e Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), do qual se tornou um depende direto. Alcolumbre é do Amapá. O acordo com o fundador do PT prevê passar pautas do Planalto. De quebra, não interferir nos gastos (endividamento) públicos de campanha.
“Não é que vou mandar explorar (petróleo), eu quero que ele seja explorado…”, declarou o petista em entrevista à Rádio Diário FM, Macapá (AP), em fevereiro. Lula classificou de “lenga-lenga” a postura do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao exigir da Petrobras o cumprimento da legislação ambiental.
Marina apanha desde o Lula-1 e 2
Além das atropeladas dentro do Executivo, o chefe do Planalto manobrou no Congresso via “base aliada”. Novamente, desmoralizou a ministra e Ibama. Todavia, apegada ao cargo, a ministra não assume postura de Estado.
Totalmente desacreditada pelos ambientalistas, esteve na Comissão de Infraestrutura (CI), nesta terça (27/05). Acabou desrespeitada, fruto, em parte, do conjunto da obra nestes dois anos meio de Governo.
Se nem Lula a respeita e aprova seu trabalho, esperar o quê de um Congresso fisiologista e machista. O tratamento, todavia, não se justificava. Ela acertou ao abandonar a sessão.
O episódio ocorreu, portanto, uma semana após a aprovação (21/05) do projeto da Lei Geral de Licenciamento Ambiental (LGLA), no próprio Senado. Os senadores afrouxaram geral nas licenças. Simplificaram, por exemplo, para as hidrelétricas, represas, viadutos, e, dispensaram, para alargamento de estradas.
O texto recebeu 54 votos a favor do plenário e contra 13. Mas, retornará à Câmara, por conta das modificações. A votação na Câmara foi em 2021. Leia a íntegra do projeto e a forma como o Senado tratou o tema.
Nem aí para COP30
Marina Silva até que teve início de vida política respeitável. Talvez, se não fosse tão subordinada às pautas exclusivas de Lula e PT, o bate-boca no Senado não tivesse existido.
A nota de “solidariedade” Lula deve ter sido combinada com Alcolumbre. Pois, na verdade, tudo que o chefe do Planalto deseja é a ministra fora do caminho da agenda 2026.
Passada a régua, resta que a ministra comanda uma política ambiental ridícula.
Essa a fotografia real, como pano de fundo, que ela (se estiver no cargo até lá) levará à cúpula da reunião do clima, das Nações Unidas (ONU). Será em Belém, capital do Pará, em novembro. A COP30 terá cúpula de chefes de Estado e governos.
Não muito longe dali, posando de Nero, o incendiário de Roma, Lula e Alcolumbre aplaudirão o marco inicial da Petrobras na destruição ambiental da Amazônia.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.