Desinvestimento da Cemig chega aos aviões e PCH - Além do Fato Desinvestimento da Cemig chega aos aviões e PCH - Além do Fato

Desinvestimento da Cemig chega aos aviões e PCH

  • por | publicado: 08/09/2019 - 07:30 | atualizado: 29/09/2019 - 17:41

Cemig venderá sua frota de aeronaves, como parte do "Programa Desinvestimento". Na foto, Beechcraft King Air da companhia - Foto: Governo de Minas/Divulgação

O desinvestimento da Cia, Energética de Minas Gerais (Cemig) reúne mais um conjunto de ativos: aeronaves (autorizado processo administrativo) e a PCH Salto do Paraopeba. A hidrelétrica, será vendida dia 30, às 10h. Para os aviões ainda não há data, mas a “Comissão Especial de Alienação das Aeronaves” foi designada. Pesquisas pela frota de helicópteros e aviões da companhia, tanto em suas páginas quanto nas redes sociais, não indicam o tamanho.

Em recente entrevista no dia 23 de agosto, o diretor-presidente da Cemig, Cledorvino Belini, abordou a privatização. Disse que estará delineada em 2019. Sobre os “desinvestimentos” a “Folha de S.Paulo” escreveu: “A companhia também conseguiu aprovar no período (1º semestre 2019) medidas que deverão cortar em R$ 300 milhões por ano a partir de 2020, com cortes de níveis gerenciais, redução de secretárias e motoristas e até a venda de um avião da companhia”.

A diferença entre o trecho da reportagem e àquilo que será elaborado pela Comissão de Alienação está no plural: “para realizar o processo administrativo de alienação das aeronaves pertencentes a essa empresa”. Isso poderá helicópteros de manutenção das linhas de transmissão.

Helicópteros Eurocopter Esquilo da frota da CEMIG – Foto: Cemig/Divulgação.

A Cemig também incorpora seus aparelhos às operações emergenciais de assistência à população: resgates em tragédias, combate a incêndios, deslocamentos de feridos, transporte de órgãos para transplante etc.

Governo Pimentel criou o desinvestimento

“Programa de Desinvestimento”, no Relatório de 2018, justifica a alienação de bens da Cemig com o “agravamento da situação econômica”. O cenário teria levado a empresa a criar o programa, em junho de 2017, no Governo Fernando Pimentel (PT). O foco era o retorno do “equilíbrio financeiro”, via ”redução acelerada do seu endividamento”. Os “critérios levados em conta para priorização” foram:

a) ativos com maior liquidez;

b) ativos que não trazem retorno de curto prazo;

c) ativos não estratégicos e ou com participações pouco relevantes.

O Relatório informa que Cemig selecionou um “portfólio” que atendeu “às necessidades de desalavancagem”, com expectativa mínima de 50% de sucesso, no primeiro semestre de 2018. Um dos “sucessos” foi a venda da Cemig Telecom por R$ 654 milhões, R$ 287 milhões acima do esperado. “A Cemig continua com o foco na implementação do seu programa de desinvestimentos em 2019 através de ações que impliquem na alienação de participações, com a entrada de recursos que contribuirão para reduzir a alavancagem da Companhia”, está no documento.

Zema avança e vende LearJet

Em 23 de março, o Governo de Minas leiloou o LearJet, modelo 35A, matrícula PT-LGW, usado pelos governadores anteriores. Ao assumir, o governado Romeu Zema anunciou que iria vender. A Brasil Vida Táxi Aéreo foi única ofertante. Com R$ 10,00 acima do valor fixado, arrematou por R$ 2.226.710,00. O dinheiro entrou no caixa único do Estado. Empenhando em colocar em dia os salários atrasados, incluindo 13º de 2018, o governador apurou na venda 0,1% do valor líquido da folha do Executivo, de R$ 2,4 bilhões, na época.

“Mais aeronaves serão vendidas. No meu governo não haverá espaço para esse tipo de mordomia, privilégios ou desperdício de dinheiro público. Nosso Estado passa por uma crise financeira gravíssima e tomarei todas as medidas possíveis para tirar Minas do vermelho”, postou Romeu Zema nas redes sociais, sem fazer menção ao “Programa Desinvestimento” da Cemig.

PCH Salto Grande

A PCH Salto do Paraopeba é 100% controlada da Horizonte Energia S.A, subsidiária da Cemig. Instalada no Rio Paraopeba, em Jeceaba, tem capacidade outorgada para 2,460 megawatts (MW – duas unidades geradoras) e energia assegurada de 2,21 MW. Começou a ser construída em 1949 e foi reativada (operação) pela Cemig em 2001.

PCH Salto do Paraopeba, em Jeceaba, tem potência para 2,4 megawatss. Será leiloada dia 29. Foto: CEMIG/Divulgação.

A Salto do Paraopeba é um “ativo imobilizado”, ou seja, “o poder concedente não controla o preço dos serviços prestados, sendo sua energia comercializada principalmente no Ambiente de Contratação Livre (“ACL”)”, informa a Cemig em vários relatos institucionais. Essa outorga vence em outubro de 2030.

Grupo Cemig tem 173 sociedades

Estatal de capital misto (ações em Bolsa), a Cemig fechou o balanço patrimonial 31/12/2018 com valor de mercado de R$ 20,8 bilhões. Suas principais atividades estão geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, soluções energéticas, soluções tecnológicas, telecomunicações, serviços de datacenter e distribuição de gás natural. Naquela data, o Grupo Cemig era holding das subsidiárias integrais (100% do capital) Cemig Geração e Transmissão S.A. (Cemig GT) e Cemig Distribuição S.A. (Cemig D). No conjunto, o complexo Cemig era formado por 173 Sociedades, 15 Consórcios e 2 FIPs (Fundos de Investimentos em Participações) – ativos em 23 estados .

*Modificado em 29/09/2019 | às 17h31

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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