A partir do isolamento de microrganismos presentes nos solos das lavouras de café, pesquisadores interferiram “diretamente no aroma e sabor do produto final”. Essa intervenção, em pesquisas da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, se dá via fermentação.
Os ensaios do Laboratório de Microbiologia de Fermentações, do Departamento de Biologia da Ufla chegaram à nova rota na fermentação para desenvolvimento de cultivares de café. As diversas etapas das pesquisas concluíram, por exemplo, que os microrganismos, em regiões diferentes, definem sabores próprios nos cafés colhidos.
Em 2019, parceria com uma empresa multinacional, permitiu à Ufla levar os ensaios por 400 fazendas de café em todo Estado.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) é parte no financiamento da pesquisa. Notas da Fapemig e do Governo de MG destacam que 91% dos lotes de cafés envolvidos com ensaios pontuaram na categoria “café especial”.
A Ufla está localizada na região que mais produz café arábica do mundo.
Agrega US$ 50 na saca do café
Essa nova tecnologia, apesar dos avanços, será transferida só a partir de 2028. O prazo futuro foi estimado pela coordenadora do Núcleo de Estudos em Fermentação (Nefer/Ufla), Rosane Freitas Schwan. Ela prevê, entretanto, que valerá esperar, pois, o produtor conseguirá agregar até US$ 50 por saca de café.
O Indicador Café Arábica Cepea/Esalq, a cotação referencial dos produtores, mostrou, na quinta (16/05), negociações da saca de 60 kg a R$ 1.124,07. Pelo fechamento do câmbio da moeda norte-americana para venda (R$ 5,1270/Banco Central), a saca valia, portanto, US$ 219,24.
Acesse a íntegra dos comunicados da Fapemig e do Governo de Minas:
- Técnica de fermentação desenvolvida na UFLA agrega valor e qualidade ao café (Fapemig)
- Com apoio do Estado, universidade desenvolve técnica para cultivo de cafés premiados (Gov. MG)
Zema faz desmonte na Fapemig; ALMG jogo do barulho
A Fapemig, desde outubro de 2023, passa por processo de desestruturação pelo Governo Zema. O político retirou, por exemplo, a autonomia de gestão, no direcionamento das verbas e em decisão dos editais de pesquisas.
A intromissão atropelou a Constituição do Estado. O escândalo até provocou uma Audiência Pública muito badalada. Compareceram representantes de universidades federais de MG e de entidades e Centros de Pesquisas do país interior. Um subsecretário representou o Governo Zema.
A enorme visibilidade pública, entretanto, não evitou a hibernação do escândalo nos subsolos da Assembleia. Ou seja, afundou em postura recorrente dos deputados, principalmente em períodos eleitorais. Relembre como ALÉM DO FATO tratou o tema:
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.