Economia

Espírito Santo dribla coronavírus; investimentos privados

Menor estado do Sudeste, região mais rica do país, o Espírito Santo, seguindo uma máxima do teatro, de que “o show não pode parar”, não joga a toalha. Em uma frente, o governador Renato Casagrande faz videoconferências para as crises (econômica, política e sanitária). Na outra, para tratar dos investimentos de empresas, de dentro e de outros estados. Isso, sem sair do gabinete, ou seja, fiel às regras impostas no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O político negocia com empresários no estúdio de videoconferência, instalado dentro do Palácio Anchieta. Assim, nesta semana, Casagrande celebrou a conclusão das negociações de instalação de uma fábrica de fibra óptica da Fibracem, do Paraná. A empresa investirá R$ 27 milhões na área onde opera distribuição, em Linhares. Serão gerados 200 empregos diretos na plena operação.

A Fibracem está há 25 anos no segmento de acessórios para fabricantes de fibra óptica. De acordo com o Secretario de Desenvolvimento, Marcos Kneip, escolheu o ES para diversificar. A empresa pretende, ainda em 2020, dar partida em duas áreas: fabricação de caixas de emendas e da fibra óptica. E, em 2021, mais duas áreas, para produção de racks e distribuidores.

Prova de vitalidade na atração

É, sem dúvidas, um negócio pequeno para um Estado com instalações de grande grupos de transformação e mineração – Vale, Petrobras, ArcelorMittal, Samarco, Suzano (celulose), Marcopolo (ônibus) – e serviços, com ênfase às tradings, com peso nas áreas de grãos, especialmente café (produção própria e de Minas Gerais), etc. Mas, o que vale é a demonstração de que, mesmo com a pandemia, persiste o esforço para a economia não estagnar.

No final de fevereiro, por exemplo, a Suzano Papel e Celulose, com fábrica em Aracruz, no litoral-norte capixaba, definiu investimentos de R$ 130 milhões em Cachoeiro de Itapemirim. Ou seja, mais um projeto na faixa do médio e pequeno portes, segmentos que primeiro reagem nas fases pós-crises. Portanto, a Suzano converterá papéis para rolos de papel higiênico, a partir do último trimestre do ano. Definiu que a operação com capacidade nominal para 30 mil t/ano e geração de 300 empregos.

A Suzano confirmou, no final do mês passado, a despeito do caos do Covid-19, a fábrica para conversão de rolos para papel higiênico em Cachoeiro do Itapemirim, no Sul do Estado – Foto Fibria/Arquivo/Divulgação

Grandes investimentos também

A Suzano, no Espírito Santo, surgiu da fusão com a Fibria, do Grupo Votorantim, em 2018. Mas, tinha nascido, em 1978, como Aracruz Celulose. Em 2009, passou pela primeira mudança, ao ser vendida ao Votorantim.

No final de 2019, apresentou o plano de investimentos no Estado de R$ 933,4 milhões, com a criação de 1.100 empregos, na fábrica e florestas de eucaliptos. A fábrica tem capacidade para 2,3 milhões t/anuais de celulose. A produção da empresa tem como mercados mais importantes os Estados Unidos, Europa e China.

Cartilha de investimentos do Bandes

Mas, fora do gabinete de Casagrande, os órgãos do Estado seguem mesma bússola. Na terça (24/03), por exemplo, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) publicou uma cartilha de como os investidores. O banco alerta para a oportunidade do ambiente de taxa Selic (Taxa Básica de Juros do Banco central), no patamar de 3,75% ao ano. O manual mostra cinco “dicas básicas” para encorajar empresariado em atividade e o quem desejar passar a empreender.

As “dicas” passam por fases distintas: oportunidade de iniciar o negócio; de renegociar dívidas; como fidelizar os clientes (financiando em condições mais favoráveis – nas indústrias e serviços); mercado externo (juros baixos e desvalorização cambial); e, o “círculo virtuoso”, da produção e consumo, quando a economia cresce (voltar a crescer).

Nairo Alméri

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