Ícone da aviação comercial internacional, a Pan American World Airways, ou simplesmente Pan Am, penou em crises financeiras antes falir. Em 4 de dezembro de 1991, realizou o último voo, nos Estados Unidos. Foi a imagem pela última janela.
Mas, em momento algum o Governo dos EUA pensou em usar seu cofre para resgatar aquele símbolo internacional da economia norte-americana. Nem por isso, sem as rotas da Pan Am (fundada em 1927), os norte-americanos deixaram de percorrer o mundo. E o mundo seguiu voando para os EUA.
O Brasil é que tem vocação de salgar carne podre com dinheiro público. A alquimia é a de sempre: deixar de cobrar débitos e regar empresas falidas com incentivos.
Há três anos, as companhias da aviação comercial do país voam com o caixa na bacia das almas. E, mais uma vez, recorrem ao Governo. O Planalto, sempre jogando com casuísmos políticos, interfere naquilo que deveria questão exclusive da economia de mercado, como fez a Casa Branca com a Pan Am.
No final de 2024, o somatório das dívidas da dupla da vez, Azul e Gol, com a Fazenda Nacional batia em R$ 7,8 bilhões. As companhias estenderam os pires para o Planalto. Choraram as conhecidas lágrimas do empresariado. Conseguiram anular 74,35% (R$ 5, bilhões).
Os 25,65% serão pagos em suadas 120 parcelas – 10 anos.
Governo vai salgar asas podres
Mas o buraco financeiro da dupla é profundo.
Em troca da benesse, o Governo Lula quer a fusão Azul-Gol. Ou seja, assistir a decolagem de falidas abraçadas. O certo, entretanto, seria a cobrança dos crédito públicos, e deixar que o mercado fizesse juízo da sobrevivência ou não das companhias.
Desde dezembro o Ministério de Portos e Aeroportos mexe na rota dos arranjos. Nesta terça (28/01), em informação à agência Reuters, o Planalto, claro, manifestou apoio a fusão das duas companhias. Unidas, pelas contas do ministério, abocanhariam 60% do mercado interno.
O histórico da aviação comercial brasileira, todavia, comprova que as falecidas não fizeram falta alguma.
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