Janja, a mosca na sopa (2026) do Lula - Além do Fato Janja, a mosca na sopa (2026) do Lula - Além do Fato

Janja, a mosca na sopa (2026) do Lula

  • por | publicado: 19/11/2024 - 12:28 | atualizado: 02/12/2024 - 12:46

Primeira-dama usou G20 para xingar o bilionário Musk. Levantou mais poeira no caminho traçado por Lula para 2026 - Crédito: Reprodução da TV

A socióloga Rosângela Lula da Silva (PT-PR), mais uma vez, desfila de fogo amigo contra o marido. Quis ser engraçada com alguém que ninguém neste planeta deseja como inimigo, o bilionário Elon Reeve Musk.

Nascido na África do Sul, Elon Musk é naturalizado norte-americano e canadense. Entre outras corporações, tem no portfólio a Tesla, Inc., plataforma X (antigo Twitter), SpaceX, SolarCity, OpenAI. Nos cálculos da Bloomberg, acumula fortuna de US$ 310 bilhões. Continua sólido o bilionário Nº 1 do mundo.

Em bandeja de prata, pois, a socióloga petista brindou Musk com um motivo de ouro para se engajar nas eleições presidenciais do Brasil, em 2026. A mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), no sábado (16), mandou o bilionário “se foder” (“fuck you”) – ver adiante.

Leia AQUI sobre a fortuna de Musk.

Militância petista subiu pra cabeça da socióloga

Lula confiou a ela um papel de destaque no G20 Social, evento paralelo da cúpula aberta ontem, no Rio de Janeiro, e que será encerrada nesta terça (19/11). Assim, ela foi a dona da fala de abertura (14) do G20 Talks, no píer da Praça Mauá, no Rio de Janeiro.

Mas Janja não soube se comportar observando limites da posição que ocupa impõe. Ela despirocou no discurso no G20 Talks Combate à Desinformação, parte do CRIA G20. De carona em apito de um navio, fez teatro e soltou: “Alô, acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você. Inclusive: fuck you, Elon Musk”.

Olhando para a Casa Branca, no pós-Joe Binden (Democrata), Janja pôs mais pimenta na língua de adversários do petista, no país e fora. No mês passado, o marido torceu por uma derrota do agora o futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano). Avaliou que eventual retorno de Trump, apoiado de forma decisiva por alguns milhões de dólares de Musk, seria o fortalecimento de correntes neonazistas.

Um poderoso ferido pelo PT

Trump soube retribuir o decisivo apoio do aliado. Anunciou a criação de uma pasta para ele, o Departamento de Eficiência Governamental. Em miúdos, a partir de 20 de janeiro de 2025, Musk comandará diretrizes oficiais da inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) dos EUA.

Como Secretário do Governo Trump, se cumprir todo período, por quatro anos será olhado não apenas pela condição de bilionário. Muito menos por quem peitou o Supremo Tribunal Federal (STF) e tentou impor no Brasil o império das fake news, via X.

Musk terá, sim, muito mais poder político. Mais, por exemplo, que centenas de presidentes, primeiros-ministros, reis e ditadores do planeta.

Bilionário jurou derrotar Lula, PT e Janja

Assim como Trump, Musk também está com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). Este derrotou o candidato de Lula em 2018, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP). Mas, em 2022, perdeu para Lula.

Ao xingamento, o bilionário despachou, em sua conta pessoal no X, um recado curto, claro e direto: “Eles vão perder a próxima eleição”. A referência aponta para o pleito de 2026.

Lula se esforça como postulante à foto de pré-candidato do PT. Todavia, encara oposição de correntes do próprio partido. De quebra, além dos tropeços da mulher, pesquisa recente de opinião pública sugeriu a ele não se candidatar.

Bolsonaro e bolsonaristas agradeceram

Deslumbrada, em vestido estampado, a governanta de época no Alvorada encerrou seu capítulo no G20 com a dança do avesso pelo avesso: da mosca na sopa 2026.

O ataque gratuito a Musk virou, de imediato, elixir de esperança, mesmo que remota, entre adversários do PT. Bolsonaristas passaram a sonhar com caminhos para eventual retomada da elegibilidade de Bolsonaro antes de 2026.

A aposta bolsonarista, no entanto, está tão equivocada quanto a postura assumida por Janja: depositam as fichas na dupla Trump-Musk

Lula foi educado com a patroa, mas

Mesmo com o caldo de mocotó entornado na própria cozinha, Lula surpreendeu duplamente.

Lula usou mesmo espaço para desautorizar atitude de Janja, tendo ao lado a ministra dos Direito Humanos, Macaé Evaristo, e o acadêmico e compositor baiano Gilberto Gil – Crédito: Reprodução da TV

Primeiro, pelo formato educado da reação, de que nos propósitos do G20 Social não se avançaria com xingamentos. E, segundo, ter mandado Janja calar a boca. Determinou isso, mesmo que de forma indireta, de público. Ela, no palco, ouviu em pé, no mesmo Píer da Praça Mauá.

Veja AQUI um dos noticiários para sequência da ofensa, a reprimenda de Lula e a reação de Musk.

“Cala boca, Ofélia!”

A primeira-dama trapalhona, então, com méritos, subiu no ranking das chacotas pelas redes sociais.

Internautas acima dos 40 anos, certamente, avaliaram que ela destronou ‘Ofélia”, a mulher de ‘Fernandinho’. O casal fez sucesso em quadro no humorístico “Balança, Mas Não Cai”, criado (em 1968) e dirigido pelo ator Lúcio Mauro.

O próprio Mauro interpretava ‘Fernandinho’, um classe média culto e de princípios finos. Em rota oposta, a mulher, interpretada por Sônia Mamede, abraçava uma burrice colossal. Ela, então, envergonhava o marido diante das visitas ilustres.

Tempos depois, no “Zorra Total”, o quadro trocou de ‘Ofélia”. Assumiu a Cláudia Rodrigues. A burrice, entretanto, continuou a mesma. Em resposta às reprimendas de ‘Fernandinho’, as ‘Ofélias’ reagiam em mesmo bordão: “Você sabe que eu só abro a boca quando tenho certeza!”.

Aureliano Chaves: é preciso cautela

O falecido político mineiro Aureliano Chaves (deputado, governador de Minas Gerais, vice-presidente da República e ministro de Estado) repetia uma frase popular em Minas Gerais: “(Em) Mineração e eleição, o resultado, só depois da apuração”.

Lula já desejava que a sua principal apuração, dobrar opositores do PT, não embolasse com a troca de comando no partido. Os petistas farão a sucessão da deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), na presidência nacional, em junho de 2025.

Mas, com a canelada da mulher, Lula vai querer descolar as duas pautas.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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