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Lula lava as mãos (em água suja) e beija o coração de Putin

  • por | publicado: 15/08/2024 - 11:54 | atualizado: 21/08/2024 - 14:36

Lula é fiel à linha de Putin. Foto da visita do petista a Putin, em maio de 2010 – Crédito: Ricardo Stuckert/Biblioteca da Presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança novo olhar vesgo para a Venezuela. Não reconhece oficialmente a autoproclamação de reeleito pelo ditador Nicolás Maduro, da Venezuela. Mas, da mesma forma, não tromba com a Nota Oficial do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).

Entrevista à radiou, nesta sexta (15/08), a pretensa nova postura não mudou nada (ver abaixo).

Maduro se autoproclamou reeleito no mesmo dia das eleições (28/07). De pronto, no dia seguinte, o PT corroborou o ato do governante. Agiu assim, portanto, antes mesmo da fajuta proclamação, pelo Comitê Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), da reeleição. O Comitê é controlado pelo tirano.

O PT, criado por Lula, viu “legitimidade” cristalina (“democrática”) em todos os atos de Maduro. Manteve a postura mesmo com as milhares de prisões e opressão às manifestações. E pior: quase duas dezenas de mortes nas ruas. Lula também, nessas duas semanas, nem citou a truculência do amigo chavista.

O presidente brasileiro optou por sustentar a cantilena que pede a Maduro o favorzinho de apresentar as suas Atas da apuração com o timbre do CNE. Enquanto isso, no mundo democrático e livre, prevalecia a condenação inconfundível à nova fraude eleitoral e à cotidiana violenta perseguição a opositores, desde 2012.

Em outras palavras, o dono da chave da sala principal do Planalto finge de cego, surdo e mudo para a crise infindável do outro lado da fronteira. Ou seja, de forma clara, demonstra preferência pela permanência de Maduro, não da volta à democracia em solo venezuelano.

“Segundo turno” é decretar derrota da oposição

Escondido nessa vergonhosa postura, Lula foi incorporou outras saídas do palco da Venezuela.

A ridícula “missão” à Caracas do assessor internacional do Governo do PT, ex-chanceler Celso Amorim, tinha início, meio e fim sabidos. Jogou mais tinta fedorenta na entrada do Itamaraty. Amorim, também amigo fraterno de Maduro. Lula o despachou como “observador” do PT do pleito venezuelano.

Como Maduro não se curvou, ou seja, não entregou as Atas ao domínio da opinião pública, Lula abraçou outras rotas do balcão do PT.

Em primeiro ato, pediu entendimento entre o tirano e o líder de oposição, Edmundo González. Este, com base Atas que seriam do próprio CNE, defende que obteve 67% da votação. Instituições internacionais concordaram com a vitória oposicionista.

O mundo, todavia, não engoliu mais esse faz de conta do brasileiro.

Na segunda rota, Lula olhou, certamente, para foto de Hugo Chávez, ditador que inventou maduro, e abraçou a defesa de um “segundo turno” para Maduro.

Ora bolas! Isso é o mesmo que reconhecer a derrota da oposição. Lula, mais uma vez, portanto, contrariou todas as evidências da fraude do tirano.

A proposta estaciona, de vez, o bonde do Itamaraty na garagem do ditador da Rússia, Vladimir Putin. O russo é o padrinho global de Maduro.

Debruçada sobre o espelho d´água da bacia dos horrores da diplomacia brasileira, a cartomante de plantão traduz: Lula-3 reconhece, pela raia lateral, Maduro vencedor, segue obediente à reza da bíblia do PT e beija o coração do Putin.

Maduro e Putin não abrirão mãos facilmente do regime de exceção na Venezuela. E Lula, então, ajuda bem nisso. Aliás, o petista cumpre 90% da missão.

Andou de lado em entrevista

A missão de Amorim foi oficial. A entrevista para rádio do Paraná, nesta quinta (15/08), não saiu do lugar. Além disso, não oficializa posição do Planalto diante do mundo. Deu sugestões. Portanto, não desautoriza a Nota Oficial do PT.

PT impõe isolamento de Lula

A apuração das posturas do brasileiro foi a quebra da corrente com os chefes de Estado do México e Colômbia pela busca de uma saída na Venezuela. México se cansou da insistência ideológica de Lula de “diálogo” com o tirano e jogou o sombreiro. A Colômbia ainda permanece, mas não carrega simpatia às ideias do PT.

O PT cava buracos profundos para um isolamento regional da diplomacia brasileira. Proximidade dele com ditadores parece, pois, pouco incomodar os petistas.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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