Lula usa Brics em nova blindagem de Putin; guerra na Ucrânia - Além do Fato Lula usa Brics em nova blindagem de Putin; guerra na Ucrânia - Além do Fato

Lula usa Brics em nova blindagem de Putin; guerra na Ucrânia

  • por | publicado: 09/09/2025 - 12:43

Em maio, em Moscou, Lula, ao fundo, atrás de Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia). Nos atos globais pelo fim da II Guerra, e derrota do nazismo de Adolf Hitler, o petista preferiu ir onde estiveram cerca de 30 ditadores - Crédito: Reprodução/YouTube

Na cúpula virtual do bloco do Brics (integrantes no final do post), na segunda (08/09), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) foi o de sempre. Ocupou espaços de cristalina fidelidade ao ditador da Rússia, Vladimir Putin.

O petista até usou expressões que poderiam aquarelar direcionamentos internacionais de não alinhamento. Todavia, viraram poeira diante da enorme falta credibilidade ao Governo do PT nas relações entre as nações democraticamente livres.

Lula continua aplaudindo por governos tiranos.

Respeito à ‘soberania’ do russo…

O petista pregou a “paz”. Manteve, todavia, Putin intocável, e ergueu palanque de fidedigna adoração

Não fez, por exemplo, referências contundentes pelo fim da invasão e guerra do russo em território soberano da Ucrânia. Mesmo assim, defendeu “soberania” dos povos.

E paredão para Trump e Netanyahu

Em outra extremidade, mas sem nominá-lo, desferiu ataques xiitas da bíblia petista em direção ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano). 

Lula até seguiu a unanimidade mundial na condenação aos tarifaços da Casa Branca. Nas entrelinhas, porém, inseriu sua pauta política particular: o julgamento, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), da “trama golpista“.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) é o olho do furacão na pauta do STF. Trump, por motivos outros, defende Bolsonaro e faz ingerências e restrições ao Brasil.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, figurou em mesma bandeja de Trump. O petista, em novo tom, condenou os massacres ao povo palestino.

Israel mata, aos milhares, a população civil. Argumenta, contudo, que os ataques são para exterminar terroristas do Hamas.

“A decisão de Israel de assumir o controle da Faixa de Gaza e a ameaça de anexação da Cisjordânia requer nossa mais firme condenação. É urgente colocar fim ao genocídio em curso e suspender as ações militares nos Territórios Palestinos”.

Mesmas frases, mesmo Lula

No Brics de ontem, então, novidade zero do anfitrião.

Além da costumeira servidão às doutrinas dos ditadores da Rússia e da China, Xi Jinping, se preocupou em massagear plateia petista. Sabe que precisa superar barreiras internas no PT e assegurar a indicação para uma reeleição em 2026.

Olhando, portanto, para o índice da bula do PT, manteve frases com açúcar em tópicos que poderiam irritar Putin. Em contrapartida, jogou pimenta no chumbo contra o peito Trump e Netanyahu.

O discurso exibiu uma só citação, de dez (10) palavras, direta para Rússia: “A solução pacífica de controvérsias dá lugar a condutas belicosas”. Mas, em seguida, repôs a faca e o queijo nas mãos do tirano. “No que se refere à Ucrânia, é preciso pavimentar caminhos para uma solução realista que respeite as legítimas preocupações de segurança de todas as partes”.

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Lula quer dividir para unir

O petista reprisou discursos e bordões dos extremistas do PT. Em mais de 60%, brilhou o lugar comum dos ataques aos EUA. Ao condenar a sua aplicação como arma de intervenção e desmonte de blocos regionais, escorregou outra contradição.

O presidente defendeu que não se pode aplicar a força econômica para dividir relações entre países. “Dividir para conquistar é a estratégia do unilateralismo”. Todavia, fez questão de listar competências do Brics para incitar integrantes a “refundar” a ordem econômica.

Nessa meta, foi incisivo ao propor posição de união na próxima Conferência das Nações Unidas. “Em duas semanas, estaremos reunidos em Nova York para a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Será oportunidade para falarmos com uma só voz em defesa de um multilateralismo revigorado”.

A íntegra do discurso de Lula está AQUI.

Integrantes do Brics

O bloco surgiu originalmente como Bric, em junho de 2009, formado pelo Brasil. Rússia, Índia e China. Quatro anos depois, ingressou África do Sul e surgiu o Brics. O Brasil ocupa, no momento, a presidência rotativa anual.

Agora, 11 países figuram como membros plenos: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Todavia, são 20 integrantes (veja no final do conteúdo deste link).Da cúpula de ontem participaram chefes de governos (democracias e ditaduras) da China, Rússia, África do Sul, Egito, Indonésia e Irã. Também o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, e ministro das Relações Exteriores da Índia e vice chanceler da Etiópia.

O peso da cúpula de ontem foi para geopolítica. Entretanto, assessoria de imprensa do Planalto classificou o assunto como “comércio exterior“.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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