Uma das maiores redes de lojas de departamentos do país, Magazine Luiza (Magalu) cortou em 80% os salários do CEO e do vice-presidente de Operações. Para os 12 diretores-executivos e sete integrantes do Conselho de Administração, a redução foi em 50%. Os demais diretores tiveram perdas de 25%. Em nota, desta terça (07/04), a diretoria informa que a empresa agiu “sensível aos desafios econômicos impostos pelo isolamento social” no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), surgida na China, em dezembro.
“Vamos viver, nos próximos meses, um período de austeridade, a ser compartilhado por todos”, adverte o aviso ao mercado. A empresa tem ações do capital listadas na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Por isso, o documento foi assinado pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Roberto Bellíssimo Rodrigues.
Contratos suspensos e preocupação
As medidas estão amparadas, portanto, pelos dispositivos da MP 936/2020. A MP permite, além da suspensão de contratos, aplicar reduções em até 70% nos salários. “Em março, após o fechamento de todas as nossas lojas físicas, mais de 20.000 funcionários tiveram suas férias antecipadas e pagas. Não sabemos, por ora, quando nossas mais de 1.000 unidades voltarão a funcionar plenamente, com a segurança exigida”, esclarece a rede, liderada pela empresária Luiza Helena Trajano.
A nota salienta, contudo, que a empresa tem caixa para atravessar a crise: fechou 2019 com R$ 7 bilhões de caixa e recebíveis. Mesmo assim, reforçou a performance com a autorização do Conselho, nesta semana, para captação de R$ 800 milhões via emissão de debêntures. Mas, a empresa traz dúvidas quanto ao prazo para reabertura lojas físicas. Salienta que, apesar “de confortável do ponto de vista de liquidez, é dever da liderança da empresa preservar ao máximo o caixa da empresa”, e que um dos motivos de preocupação é a falta de “visão clara da dimensão e da extensão da atual crise”.
Magalu vigia em “tempo real”
Entre medidas adotadas, Magazine Luiza revela que renegocia contratos com fornecedores, “com objetivo de reduzir custos e ampliar prazos de pagamentos”. Mas que, internamente, age para “preservar” e “apoiar fornecedores menores, que estão mais fragilizados pela crise”.
Magazine Luiza assegura que irá empreender esforços para manter empregos nos próximos meses, dentro do “objetivo de não fazer demissão por conta crise do coronavírus“. A rede informa ao mercado que “tem pressa. Mas não quando se fala em reabrir os pontos físicos”.
Detalha que seu pessoal de “ciência de dados” entrega “mapa de risco que mostra, em tempo real”, para economia de cada município onde estão seus 1.100 pontos. “Reabriremos nossas lojas apenas quando tivermos a mais absoluta segurança de que essa é a decisão certa a ser tomada, naquele lugar, naquelas circunstâncias”.
Transformação em CDs
Mas, admite que nem todas as lojas serão reabertas. “Mesmo para aquelas lojas que não forem reabertas, os vendedores poderão trabalhar graças a uma versão remota do nosso aplicativo de vendas (Mobile Vendas), sistema implantado pelo Magalu em 2016, agora totalmente integrado a todas as redes sociais. Assim, continuarão a vender sem abrir mão da segurança”.
“No início de 2020, anunciamos que este seria o ano do #TemNoMagalu. Nossa ambição é que os mais de 25 milhões de clientes da empresa encontrem tudo o que desejarem, na hora e no local que escolherem, em um de nossos canais digitais. Nada mudou com a crise da Covid-19 – exceto a velocidade com que estamos executando nossa estratégia e a categoria que estamos priorizando”. A empresa destaca outros produtos:
- Parceiro Magalu – plataforma de vendas para micro e pequenos varejistas que estejam no regime MEI e Simples e pessoas físicas;
- Mini CDs – transformação da maioria dos 1.100 pontos físicos em Centros de Distribuição. Pretende aumentar as entregas feitas em até 48 horas, que respondem por 74% dos volumes.
Famílias doarão R$ 10 milhões
De acordo com a nota, as famílias controladoras da empresa, Trajano e Garcia, assumiram as ações filantrópicas neste período de contenção da pandemia: doação de R$ 10 milhões aos governos estaduais. O dinheiro será para compra de respiradores, leitos, colchões e travesseiros aos doentes assistidos. “A doação não vai sair do caixa da empresa, mas do patrimônio pessoal dos integrantes dessas famílias”, assinala.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Empresária comunista! Prefiro o dono da Havan, ele é patriota!